Internações por falta de saneamento aumentam no Nordeste e chegam a mais de 75 mil casos

Fonte: DATASUS (2022) / Painel Saneamento Brasil A precariedade do saneamento básico ainda é uma realidade na vida da população nordestina.

 Quase 38 milhões de habitantes vivem sem coleta de esgoto na região Segundo informações do DATASUS (2022), presentes no Painel Saneamento Brasil, o Nordeste registrou mais de 75,3 mil internações por doenças de veiculação hídrica – número maior do que as 64,3 mil hospitalizações registradas no ano anterior.

Mais de 800 pessoas foram a óbito devido a essas enfermidades em 2022. Entre as cinco regiões brasileiras, o Nordeste apresenta o maior número de internações por doenças associadas à falta de saneamento. O cenário nacional mostra que o Brasil teve mais de 191 mil internações por doenças de veiculação hídrica em 2022 – um número maior de internações frente às 143 mil de 2021. Tabela 1 – Internações e óbitos por doenças de veiculação hídrica em 2022



Fonte: DATASUS (2022) / Painel Saneamento Brasil A precariedade do saneamento básico ainda é uma realidade na vida da população nordestina. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base 2022, apontam que na região que abriga cerca de 54 milhões de habitantes, mais de 13 milhões vivem sem água potável e quase 38 milhões não têm acesso à coleta de esgoto

. Não obstante, somente 34,3% do esgoto é tratado na região, ou seja, cerca de 1.398 piscinas de esgoto sem tratamento são desejadas todos os dias no meio ambiente. No Ranking do Saneamento 2024, estudo do Instituto Trata Brasil que analisa os indicadores dos serviços das 100 cidades mais populosas do país, seis municípios entre os 20 piores são da região Nordeste.

O melhor colocado, Vitória da Conquista, está na 29ª posição. Diante desse cenário, a falta de água potável de qualidade e o acesso adequado à coleta e tratamento de esgoto tem implicações diretas na saúde da população que fica suscetível a contrair doenças de veiculação hídrica. Para além dos impactos ao bem-estar da população, a falta de saneamento básico, ao aumentar a incidência de enfermidades, tem por consequência o afastamento das pessoas de suas funções laborais e cotidianas, afetando a população nos mais diversos estágios da vida e impactando diretamente seu futuro. 

Ainda de acordo com dados do DATASUS (2022), mais de 23 mil internações por essas doenças foram entre crianças de 0 a 4 anos no Nordeste.

Além disso, o número de hospitalizações foi maior entre as mulheres, com 39,5 mil frente às 35,8 mil dos homens Levar o acesso pleno do saneamento básico aos cidadãos significa oferecer qualidade de vida e uma oportunidade de viver de maneira digna. O saneamento está interligado nos mais diversos âmbitos da sociedade, no qual, a universalização tem o potencial de gerar ganhos sociais, econômicos e ambientais, se traduzindo em melhorias na área da saúde, educação, aumento da produtividade e renda do trabalhador.
Instituto Trata Brasil

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