Iniciativas contribuem para o Brasil subir no ranking da Inovação

Foto: Divulgação

por Comunicação Conectada

Inovar é criar algo novo, renovar ou recriar. A inovação é um sinônimo de mudanças ou melhorias de algo. Um dos grandes pensadores deste tema foi o economista e cientista político austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950) que afirmava que a “inovação é o motor do crescimento econômico”.

Índice Global de Inovação

O Brasil avançou três posições em relação ao ano de 2021 e aparece em 54º no ranking do Índice Global de Inovação (IGI), divulgado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Se pontuarmos somente o quesito de “insumos de inovação”, o país caiu duas posições (de 56º, em 2021, para 58º em 2022). Em compensação, no ranking geral houve um avanço do Brasil em seis posições em “resultados de inovação” – de 59º em 2021, para 53º em 2022.

O índice reúne 132 países e foi criado em 2007. Os dez melhores colocados em 2022 são: Suíça, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido, Holanda, Coreia do Sul, Singapura, Alemanha, Finlândia e Dinamarca. A melhor marca do Brasil no IGI foi conquistada em 2011, quando ficou na 47ª posição. Dentre os países da América Latina, o Brasil perdeu apenas para o Chile, que ocupa a 50ª posição.

Não dá para falar em Inovação no Brasil sem citar as startups. Elas geram valor e garantem produtividade e sustentabilidade. Elas são empresas emergentes que atuam na inovação aplicada a produtos, serviços ou modelos de negócios e têm importância fundamental na economia nacional. 

De acordo com dados da Fundação Kauffman, o impacto econômico das startups é imenso. Elas são responsáveis pela criação de mais de 50% dos empregos em todo mundo.

De acordo com um levantamento feito pela Cortex, plataforma de big data analytics para marketing e vendas, o Brasil possui 11.562 startups ativas. Sendo que 28% são do segmento de Tecnologia da Informação; 22%, de Serviços; 16%, do Varejo; 11%, Indústria; 6%, Financeiro.

O cenário econômico atual no País fez o mercado pisar no freio, mas a inovação traz oportunidades de crescimento e novos negócios. Sejam startups, indústrias ou empresas, a inovação pode estar presente em diversos setores.

Inovação no Campo

O agronegócio no país vem evoluindo, 67% das propriedades agrícolas brasileiras já adotaram algum tipo de inovação tecnológica, de acordo com Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP).

No quesito pulverização aérea, por exemplo, a agtech brasileira Perfect Flight é a primeira plataforma de gestão e rastreabilidade de pulverização aérea do mundo. Por meio da tecnologia leva precisão para que o processo de pulverização aconteça na medida certa, nas áreas exatas, de forma segura, confiável e sustentável.

Além do Brasil, expandiu para a América Latina e EUA, atingindo a marca de 27 milhões de hectares digitalizados e monitorados sobre pulverização agrícola – a média de processamento é de 100 mil hectares por dia. Esse volume de dados e a inteligência gerada, impacta em tomadas de decisões cada vez mais assertivas e, impulsiona a capacidade de geração de insights na busca por aumento de eficiência, redução de custos e melhoria nos índices de sustentabilidade.

Através dos mapas, das faixas de aplicação definidas no pré-voo, é possível impedir a pulverização fora da área de plantio. Dessa forma, preserva importantes ecossistemas como florestas, campos, rios e a fauna ao redor. Além da proteção da saúde de habitantes das localidades de plantio, para que não sejam atingidos por defensivos agrícolas.

A plataforma permite diminuir o tempo que os aviões responsáveis pela pulverização ficam no ar, diminuindo o consumo de combustíveis e a dispersão de gás carbônico na atmosfera.

Devido a tanta inovação a Perfect Flight foi uma das selecionadas pelo Google for Startups Accelerator, programa voltado para startups, que na edição de 2022 foi voltado para agtechs.

A agtech fará parte da região que abrigará o Corredor de Inovação Agropecuária do Estado de São Paulo, que vai integrar instituições de pesquisa, de Ciência e Tecnologia, universidades e empreendedores do agronegócio paulista. A iniciativa vai reunir as principais cidades do eixo Piracicaba, Jaguariúna, São Carlos, Campinas e Ribeirão Preto.

“Nós ultrapassamos a marca dos 27 milhões de hectares processados no Brasil e no mundo.
A Perfect Flight leva uma solução tecnológica aos agricultores para contribuir com uma melhor gestão das pulverizações aéreas. Assim ajudamos no desenvolvimento do mercado agro e melhoramos a produtividade do setor, contribuindo com a economia”, disse Leonardo Luvezuti, diretor de Negócios dada Perfect Flight.

Como inovar o processo milenar de fabricação do vidro

O vidro é um material tão importante que a Organização das Nações Unidas (ONU), declarou 2022 o Ano do Vidro, com o intuito de destacar suas contribuições econômicas, culturais, científicas e tecnológicas para a sociedade. 

A Wheaton uma das maiores empresas de embalagens de vidro do mundo vem promovendo diversas inovações em prol dos avanços no processo de fabricação desse biomaterial, infinitamente reciclável.  É a pioneira na indústria mundial de vidro a usar biometano em substituição parcial ao gás natural. O biometano “é um biocombustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás”. O biogás é uma fonte energética renovável e sustentável, já que é produzida pela digestão anaeróbica (decomposição por ação das bactérias) de materiais orgânicos como resíduos agrícolas, esterco animal, esgoto doméstico e resíduos sólidos urbanos. Ele é utilizado na geração de parte da energia dos fornos da indústria.

A utilização deste combustível é uma novidade em fábricas de vidro. De acordo com estimativas, a utilização do combustível renovável na produção de vidro da Wheaton poupará a emissão de aproximadamente 7.000 toneladas de CO² em um ano, o que equivale a mais de 50 mil árvores plantadas num período de 20 anos.

A empresa também inova no quesito sustentabilidade com a linha Ecoglass. Ela é idealizada para promover a economia circular. As embalagens da linha possuem características como frasco leve que recebe menos massa vítrea que um frasco tradicional. Esse projeto eco-friendly envolve redução do consumo de água e energia, além de mais de 30% na emissão de CO2. A terminação em rosca permite a refilagem do produto, isso é, ele pode ser aberto facilmente e recarregado com mais fragrância através de um frasco refil. Além do mais, essa terminação facilita a separação da válvula e do frasco de vidro, materiais distintos que separados oferecem maior segurança e agilidade às cooperativas de reciclagem.

A empresa também possui diversas técnicas inovadoras de decoração que conferem características únicas às embalagens. A linha de frascos Glasssenses é um exemplo, foi desenvolvida para explorar os sentidos dos consumidores através da decoração da embalagem. Entre os diferenciais, ela oferece uma inovadora experiência auditiva, já que os frascos trazem um QR Code que direciona para playlists em apps com músicas que remetem ao produto. Já no quesito olfativo, a linha tem a serigrafia perfumada com microcápsulas de fragrância, que permitem que os consumidores sintam o cheiro do perfume através da embalagem. Outras tecnologias sensoriais também foram exploradas, como a serigrafia 3D, que promove um design inclusivo, através de frascos com inscrição em braile (leitura com as mãos).

“Nos comprometemos em fazer parte da mudança, sendo a primeira indústria de vidro do mundo a incorporar o biometano à produção como fonte energética, em substituição a parte do gás natural utilizado. Inovação, tecnologia e sustentabilidade, estão entre os nossos pilares.”, disse Reanato Massara Júnior, diretor comercial e marketing da Wheaton.

Empreendimentos inovadores e sustentáveis

Tornar um processo mais sustentável é uma forma de inovar agregando valor e contribuindo com o meio ambiente. Dados da organização que direciona o mercado da construção civil em prol da sustentabilidade, Green Building Council (GBC), indicam que os imóveis sustentáveis aumentam em 30% a valorização da propriedade.

 Pensando em inovar nesse mercado, a incorporadora Alphaz Concept executa projetos assinados de arquitetura com responsabilidade ecológica.

A empresa segue as mais modernas tendências de construções ecologicamente viáveis, desde a concepção do projeto para não interferir no entorno, com a utilização de materiais reutilizáveis, como madeira de demolição, areia de brita, até o desenvolvimento de produtos próprios mais eficientes e ecológicos.

Soluções sustentáveis como painéis solares fotovoltaicos, sistemas biodigestores para tratamento de esgoto, são apenas algumas das novas apostas inovadoras para empreendimentos da Alphaz Concept.

A incorporadora brasileira utiliza tijolo ecológico em suas construções por diminuírem o impacto no meio ambiente. O tijolo ecológico reduz em 90% o consumo de água na sua produção, não contamina o solo e tem a capacidade de isolamento térmico e acústico.

Possui também uma linha de produtos, a Alphaz Technologies, com itens que utilizam água de reuso na formulação, não contêm substâncias contaminantes e nem compostos que possam prejudicar a saúde de aplicadores e moradores. Dentre eles, há a argamassa polimérica, o reboco pronto (regularizador de paredes) e o cimento queimado.

A intenção é de que empreendimentos imobiliários sejam projetados com produtos de construção sustentáveis, saudáveis e tecnológicos. E que possibilitem um estilo de vida mais consciente por parte dos proprietários.

“Além de todas as soluções inovadoras e sustentáveis que implantamos em nossos empreendimentos, temos a cautela em utilizar produtos que tenham compostos naturais para que não haja danos no bem-estar das pessoas e no meio ambiente. Por isso, resolvermos inovar e lançar uma linha de produtos no mercado utilizando o que há de mais moderno em tecnologia visando sempre preservar a saúde das pessoas e pensando também na sustentabilidade”, admitiu Luigi Scianni Romano, sócio-fundador da Alphaz Concept.

Inovando o jeito de sentir cheiro

A digitalização das atividades já é uma realidade no dia a dia das pessoas e a startup brasileira de scent tech (tecnologia de aroma) Noar, que faz parte do Grupo Wheaton, inovou e criou o cheiro digital. 

O tablet, patenteado internacionalmente, libera fragrâncias via um jato seco, que não deixa resíduos de perfume seja no ar, no demonstrador ou no usuário. Além de permitir a experimentação de várias fragrâncias em sequência, sem confundir o cérebro.

 A tecnologia que já é um sucesso no mercado cosmético de perfumes, presente em grandes marcas como Natura, Granado, Coty e outras, agora estará presente na área da saúde, com a realização de diagnósticos da perda olfativa.

O cheiro digital substitui os frascos com essências e as cartelas com liberação de fragrâncias para a execução do exame. Além de digitalizar as respostas e possibilitar a criação de um banco de dados para pesquisa. Essa evolução do diagnóstico da perda olfativa foi publicada em revista internacional e ganhou prêmio no congresso IX Rhinology. O novo formato do teste é também mais um aliado para a detecção e reabilitação da perda de olfato (anosmia) ocasionada pela Covid-19. O estudo foi realizado pelo PhD Dr. Marcio Nakanishi, Coordenador do Centro de Pesquisa em Olfato, do departamento de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (HuB-UnB-EBSERH). Cláudia Galvão, engenheira e CEO da NOAR, empresa criadora do “cheiro digital”, faz parte da minoria de mulheres inovadoras no cenário de fundadoras de startups: apenas 12% dessa modalidade de negócio é fundado por mulheres, de acordo com o Startupbase.

“O cheiro digital é uma tecnologia inovadora que já é um sucesso no mercado internacional de perfumaria e que agora chega na área da saúde para trazer mais praticidade e precisão, permitindo até a criação de um banco de dados para pesquisa. O momento não poderia ser mais importante com a demanda de diagnósticos e reabilitação do olfato prejudicado pela Covid-19”, ressalta Cláudia Galvão, CEO da Noar.

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