Cerca de 96% de crianças e adolescentes usam celular no Brasil; neuropsicóloga alerta para os riscos à saúde mental

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Cerca de 96% de crianças e adolescentes usam celular no Brasil; neuropsicóloga alerta para os riscos à saúde mental

 

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Anna Rúbia afirma que pais devem estar atentos aos comportamentos dos filhos e correlaciona o hábito com fatores como ansiedade, depressão, entre outras patologias A ampla utilização das redes sociais e a multiplicação do acesso aos vários aplicativos e jogos on-line direcionados às crianças e adolescentes estão contribuindo para o aumento significativo do tempo gasto em equipamentos como celulares e tablets no país.

Segundo um estudo realizado pela McAfee, em 2022, o Brasil registrou o maior resultado sobre o uso de celular entre crianças e adolescentes, atingindo uma taxa geral de 96%.Além disso, o uso desses dispositivos tem começado cada vez mais cedo, sendo que 95% delas acessam a internet por meio de um smartphone pessoal, 19% acima da média global nessa idade. Os dados preocupam especialistas da saúde, como também os pais que buscam alternativas diversas para entreter os filhos em casa, sem o uso de dispositivos móveis.

Durante os finais de semana, o desafio se torna ainda maior, pois, com tanto tempo livre e longe dos estudos, muitas crianças e adolescentes sentem-se ociosos, o que instiga o uso desses aparelhos.A imersão excessiva nas redes pode trazer sérios riscos à saúde mental desses usuários, é o que explica a neuropsicóloga Anna Rúbia Pirôpo Vieira da Costa, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera.

Segundo a especialista, as redes sociais, por ecemplo, fazem parte do atual contexto social e em muitas vezes são tidas como prioridade no cenário cultural, no qual a sua inserção se dá cada vez mais cedo. “O uso de forma imprudente e excessiva de tecnologias e até de redes sociais tem gerado grandes impactos à saúde mental dos indivíduos, e os números são alarmantes, principalmente quando falamos do público jovem (crianças, pré-adolescentes, adolescentes e jovens adultos)”, alerta. 

A neuropsicóloga explica, que esse contexto faz parte de uma ampla discussão na Psicologia, principalmente quando se fala sobre “Identidade”, isto é, quando o indivíduo inicia a elaboração de respostas para responder a seguinte pergunta: “Quem sou eu?”. “A partir desse cenário, percebemos a ascendência do número de casos e compartilhamentos sobre a intensa cobrança diante dos padrões perfeitos de autoimagem, autoexpressão, contexto social e profissional, assim como comportamentos.

Esses fatores estão amplamente associados aos elevados níveis de ansiedade, depressão, entre outras patologias, por isso que os pais devem controlar o uso desses aparelho e principalmente dos conteúdos acessados por parte dos filhos”, alerta. 

Anna Rúbia exemplifica que o fato de uma criança estar exposta a uma gama de informações de forma desenfreada e muitas vezes não compatível com a sua idade, pode impactar na sua autoestima, entre outros malefícios.”
A Sociedade Brasileira de Pediatra recomenda que não haja exposição a telas para crianças menores de dois anos. Além disso, a criança na primeira fase da infância está em um período de grande neuroplasticidade, em que a quantidade e qualidade do estímulo são fundamentais para o desenvolvimento das suas funções cognitivas.

Agir de forma preventiva é muito mais eficaz do que o manejo e a correção de uma questão e/ou problema já instaurada”, enfatiza a neuropsicóloga.  Por fim, Anna Rúbia Pirôpo Vieira da Costa dá algumas orientações aos pais sobre o uso de tecnologias por parte dos filhos. Confira:
Estabeleça um tempo de acesso (horários de uso); 


Impacto no desenvolvimento social e emocional: O uso excessivo de celulares pode prejudicar o desenvolvimento das habilidades sociais e emocionais das crianças. Quando as crianças passam muito tempo em seus dispositivos, podem ter menos oportunidades de interagir com seus pares em um ambiente real, o que é essencial para o desenvolvimento saudável;

Risco de vício: Os smartphones são projetados para serem cativantes, e crianças podem facilmente se tornar viciadas em jogos, mídias sociais e outras atividades online. Isso pode interferir no equilíbrio entre a vida online e offline;

Exposição a conteúdo inadequado: A internet contém uma grande quantidade de conteúdo não apropriado para crianças. Mesmo com filtros e controles parentais, sempre há o risco de as crianças encontrarem conteúdo inadequado;

Impacto na saúde física: O uso excessivo de dispositivos móveis pode levar a problemas de saúde física, como falta de exercício, problemas de sono devido à exposição à luz azul dos dispositivos e posturas inadequadas que podem resultar em dores no pescoço e nas costas;

Risco de ciberbullying e assédio: As crianças podem ser alvo de ciberbullying e assédio on-line, o que pode ter graves consequências para sua saúde mental;

Distração na escola: O uso de celulares na escola pode ser uma grande distração para as crianças, interferindo em seu aprendizado e desempenho acadêmico; 

Perda de tempo: Passar muito tempo em dispositivos móveis pode levar as crianças a perderem tempo que poderiam dedicar a atividades mais construtivas e educacionais;

Lugar de criança não é no celular e nas redes sociais. Monitore seus filhos! 

 Anna Rúbia Pirôpo Vieira da Costa: Psicóloga Clínica, Neuropsicóloga, Consultoria de Recursos Humanos. Profissional com mais de 10 anos de experiência com Psicologia Clínica atuando com Atendimento Psicológico, Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica.

Atuação na área organizacional com Gente e Cultura, Recursos Humanos, e sólida vivência em estratégias de R&S, T&D, Gestão de orçamento, propostas de mudança de estrutura, implantação de avaliações de desempenho e de feedbacks organizacionais para os gestores e suas equipes. Experiência na área de HRBP e Desenvolvimento Organizacional. Docente do Ensino Superior com experiência na coordenação dos cursos de Psicologia e Educação Física na Faculdade Anhanguera.  

Fonte-Deiwerson Damasceno Dos Santos

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