Café baiano é consumido em grandes redes internacionais

 Imagem de senivpetro no Freepik

Cerca de 20 toneladas de grãos de café selecionados, saídos das plantações de agricultores familiares de Barra do Choça, no sudoeste baiano, foram embarcados para um grande banco chinês em dezembro. O comprador já havia recebido, em setembro, uma amostra para divulgação. Os executivos chineses não serão os primeiros estrangeiros a provar o café baiano. O produto já vem sendo consumido nas redes McDonald’s e Starbucks nos Estados Unidos e Europa.

O café está fazendo sucesso lá fora e conta com apoio do Banco do Nordeste por meio do programa de microcrédito rural Agroamigo. “Em 2019, a gente assinou o primeiro contrato para exportação para a China, mas veio a pandemia e nós não pudemos enviar. Agora, estamos conseguindo mandar”, explica Joara Silva de Oliveira, presidente da Cooperativa Mista dos Cafeicultores de Barra do Choça e Região (Cooperbac). 

É a entidade que fica responsável pela qualificação técnica dos produtores para manter a qualidade exigida pelos mercados nacional e internacional. Além de vender o grão cru, a Cooperbac também tem linhas industriais, desde o café tradicional até o gourmet orgânico. “Nós produzimos cerca de 280 mil sacas de café por ano e conseguimos processar 15% dessa produção. O restante a gente vende cru ou para atravessadores. Além de vender na Bahia, fornecemos para Rio de Janeiro e Brasília”, afirma.

O Agroamigo ajuda as famílias a investirem na produção e implantarem uma metodologia de gestão. Atualmente, cerca de 20% dos associados à cooperativa são clientes do Banco do Nordeste. É o caso da própria presidente. Filha de agricultores familiares, Joara viu, em 1997, seu pai fazer seu primeiro projeto com apoio do BNB para plantio de café. Após concluir os estudos em Agronomia, decidiu investir na propriedade da família. Inicialmente, deu continuidade a atividade cafeeira, buscou depois a diversificação das atividades, incluiu criação de suínos, cultivo de banana e laranja. Em 2021, ela própria fez seu primeiro projeto do Agroamigo Mais para expansão das áreas de cultivo e criação.

Os recursos captados são usados para custeio agrícola em 4,5 hectares de área para plantio do café arábica, realizado com irrigação e manejo agroecológico, para aumentar sua renda na entressafra. “Antigamente, o pequeno agricultor não tinha acesso a bancos e nem era visto como produtor. O programa do BNB entrou nas zonas rurais para mudar essa cultura, acompanhando e orientando as pessoas a investir em atividades produtivas e isso fez com que a população crescesse e buscasse cada vez mais meios de gerar renda e sair da linha de pobreza”, afirma.

“É muito gratificante ver no caso dos agricultores familiares de Barra do Choça a materialização da missão do Agroamigo — promover a melhoria do perfil socioeconômico dos produtores rurais”, destaca o superintendente estadual do Banco do Nordeste na Bahia, Diego Rocha. O BNB aplicou R$ 1,7 bilhão em 2022 em apoio aos agricultores familiares no Estado. Em 2023, o orçamento será de R$ 1,8 bilhão, o que representa um aumento de cerca de 36% em relação ao orçamento proposto inicialmente no ano anterior.

EXPORTAÇÕES – As exportações do setor agropecuário brasileiro cresceram 36% no acumulado de janeiro a dezembro de 2022 quando comparadas ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Ministério do Comércio Exterior. O café está entre os três produtos que impulsionaram o crescimento nas vendas, perdendo apenas para o milho não moído (exceto milho doce) e à frente da soja. *Ascom Banco do Nordeste

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