Autismo: quais os sinais e como é feito o diagnóstico?

Quanto antes iniciado o tratamento, maior qualidade de vida pode proporcionar aos portadores do transtorno

O TEA — Transtorno do Espectro Autista, ou autismo, como é comumente chamado, refere-se a condições de saúde que comprometem três áreas do desenvolvimento: interação social, comportamento e comunicação. O paciente autista encontra dificuldades de domínio da linguagem, socialização e desenvolve comportamentos restritivos e repetitivos, além de dificuldade de domínio da inteligência espacial.
 

Não há cura para a síndrome, mas o tratamento traz qualidade de vida para o autista melhorando a comunicação, a concentração e reduzindo os comportamentos repetitivos. O acompanhamento é feito por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da saúde como médicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.

O médico psiquiatra e professor do curso de Medicina da Unime, Rogério Jesus, explica que ainda que o autismo seja um transtorno que não tem cura, a criança pode adquirir as habilidades funcionais esperadas para a idade. “Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhor será a qualidade de vida do autista”, esclarece o especialista.

O número de casos identificados tem crescido e a causa que prevalece, segundo estudos, continua sendo a genética; incluindo agravantes como idade dos pais, por conta dos genes que sofrem uma piora ao longo dos anos e a predisposição de ambas as partes, sendo paterna e materna.

Como identificar os sinais?

Os sintomas variam de acordo com a criança, no entanto as características mais evidentes estão ligadas à comunicação social e à presença de comportamentos disfuncionais.

No comportamento social, destacamos a dificuldade em estabelecer um diálogo e de entender expressões e emoções, e a falta de interesse em estar e brincar com outras pessoas.

Há ainda os sinais na linguagem. A criança normalmente não atenta ao ser chamado pelo nome, não estabelece contato visual e não obedece aos comandos simples do adulto como de sentar-se, levantar-se ou pegar algo.

Quanto ao comportamento motor, é possível notar que a crianças anda na ponta dos pés, faz movimentos apontando exaltação com as mãos, pula e grita com frequência.

O médico ressalta que, em alguns casos, o portador do transtorno faz uma seleção alimentar distinguindo por cores o que aceita ingerir, ou apresenta dificuldade em aceitar determinadas texturas e cheiros.

Saber como identificar o diagnóstico é uma das mais frequentes dúvidas das mamães e papais. O médico menciona que não há exames laboratoriais (como de sangue ou de imagem) que confirmem o autismo. A avaliação é exclusivamente por métodos de observação, acompanhamento e testes padronizados realizados por um corpo de especialistas, que inclui fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.

Além dos hospitais particulares e clínicas especializadas, em todo o Brasil o atendimento a portadores de autismo pode ser realizado nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que são centros de atendimento de saúde mental da rede pública; tanto para diagnóstico, como para tratamento.

O psiquiatra finaliza destacando que, por se tratar de um período muitas vezes delicado para a família, o apoio emocional aos pais é fundamental e que a ajuda de um médico não deve ser negligenciada.

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