Alerta: Rouquidão e Doença de Ménière atingem mais mulheres que homens

Procurar orientação médica é fundamental para combater e minimizar os sintomas que atrapalham a qualidade de vida de quem sofre desses problemas

Mulheres representam 75% dos casos de Síndrome de Ménière (Imagem: Freepik)

Em etapas progressivas, tudo se inicia com uma pressão e entupimento no ouvido, piora na audição e zumbido. O desconforto persiste com a vertigem e sensação de rotação, desequilíbrio motor, náuseas e vômitos, em crises severas que podem durar de 20 minutos a uma hora. Apesar de poder aparecer em qualquer faixa etária e com mais frequência entre os 30 e 50 anos de idade; a Síndrome de Ménière é mais presente nas mulheres (75% dos casos) do que nos homens (25% das ocorrências) e representa um quadro clínico caracterizado pelo aumento da pressão no labirinto, estrutura do ouvido interno relacionada à audição e ao equilíbrio.


O otorrinolaringologista André Apenburg, diretor médico da Otorrino Center, empresa que integra o Grupo H+Brasil, uma das maiores holdings de saúde do país na área de multiespecialidades, explica que no intervalo entre as crises não há sintomas, e que seu diagnóstico se dá por exclusão, com análise do histórico do paciente, avaliação neuro-otológica e resposta clínica ao tratamento. “As causas da doença ainda não são muito claras, mas os pesquisadores já admitem que a Doença de Ménière pode ter origem inflamatória, traumática, autoimune, congênita ou de fundo hereditário e degenerativo dos órgãos internos do ouvido”, explica.


Segundo ele, por não haver cura até o momento atual, os tratamentos se concentram no alívio e na redução dos sintomas durante as crises e na prevenção delas quando as causas são definidas e consistem em injeção intratimpânica de antibióticos e cirurgia, se houver indicação segura, além da prescrição de medicações para tratar náuseas e vertigens, diuréticos, vasodilatadores e terapia de reabilitação.


As mulheres também sofrem mais com a rouquidão porque são mais sujeitas ao aparecimento de lesões nas cordas vocais e isso tem a ver com a própria anatomia corporal. A laringe feminina é menor em relação à masculina e consequentemente possui uma corda vocal de menor tamanho, o que dificulta a dispersão do impacto durante o esforço ao falar e concentra mais energia na região, predispondo ao aparecimento dos nódulos vocais.

Para completar, em seu funcionamento, há um sistema de amortecimento, por assim dizer, que é realizado pelo ácido hialurônico, presente em menor quantidade e concentração nas mulheres. “Estes dois fatores somados já são suficientes para que os conhecidos calos vocais sejam mais comuns em mulheres em relação aos homens”, explica o otorrinolaringologista. De todo modo, o médico tranquiliza o público feminino dizendo que os nódulos vocais são lesões benignas e sem risco de transformação maligna.


André Apenburg ressalta que é imprescindível procurar o otorrinolaringologista quando a rouquidão persistir por mais que duas semanas e quando aparecerem sinais de ouvido tampado, zumbido, perda de audição e vertigens. “Ficar atento aos sinais é de fundamental importância para o paciente, pois todo diagnóstico precoce feito por um especialista vai facilitar o tratamento medicamentoso, fonoaudiológico e cirúrgico, se houver necessidade, contribuindo para uma melhor qualidade de vida”, confirma.

Por: Sílvio César Tudela


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