Grandes traumas ou perdas podem aumentar as chances de depressão, diz psicóloga Luciane Silva

Por Joberth Melo | Atualiza Bahia

A Depressão tem sido o mal-estar presente na sociedade contemporânea. Ela se diferencia da tristeza por causa do tempo de duração de seus sinais. A doença está associada a várias sensações de sofrimento psíquico e físico que pode impedir que a pessoa faça suas atividades cotidianas, e fique em recluso.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 18,4% da população mundial tem depressão. No Brasil, 5,8% da população está com a doença, o que leva o país a ser o campeão de casos na América Latina.

Na entrevista a seguir, a psicóloga Luciane Silva aborda as principais situações que podem levar uma pessoa a ter depressão na atualidade, os sintomas e a quem recorrer.

Joberth Melo: Em sua opinião, por que esse aumento nos casos de depressão?

Luciane Silva: Os motivos para os aumentos dos casos de depressão podem envolver diversos fatores, como as dificuldades de lidar com o cotidiano e problemas hormonais. A competição intensa por um lugar de destaque em uma sociedade marcada pelo capitalismo, a falta de afeto e empatia entre as pessoas são também possíveis fatores fundamentais para a grande quantidade de depressivos.

São fatores multicausais, que envolvem os sentidos e significados que as pessoas atribuem às suas experiências. Por conta de meu trabalho acompanhando situações de violações dos direitos, percebo que as violências em suas diversas manifestações impactam no processo de saúde-doença. Principalmente nos casos de violência doméstica, aqueles praticados no âmbito do convívio familiar e afetivo.

Quais são as principais causas que podem levar uma pessoa a ter depressão na atualidade? 

A causa da depressão ainda é incerta. Sabe-se que grandes traumas ou perdas podem aumentar a chance de um indivíduo ficar depressivo. Dificuldade de lidar com estresse, baixa autoestima ou pessimismo extremo podem ser fatores contributivos. Vivência de violência e de violações de direitos. Álcool e drogas também podem contribuir para a doença.

Quais os principais sinais e sintomas da doença?

Temos os sintomas psicológicos, que se caracterizam por tristeza persistente e baixa autoestima, sentimentos de culpa e desesperança, tendência a chorar por qualquer aborrecimento, a se isolar da família e sociedade. Também a dificuldade de concentração, memória e raciocínio, a irritabilidade, e ideações suicidas. Outros sintomas são os físicos. Eles correspondem à insônia ou hipersonolência, cansaço físico, dores inexplicáveis pelo corpo, lentidão mental e física, perda ou ganho de peso, desinteresse sexual, irregularidades menstruais, e a perda de apetite.

Como proceder ao constatar os sinais da doença?

Inicialmente, pode-se procurar o auxílio de um psiquiatra, psicólogo, médico de cuidados primários ou agente de saúde comunitário. Eles irão determinar qual o procedimento correto a ser seguido. Os Grupos de Apoio também são uma boa alternativa para pessoas deprimidas.

O tratamento deve ser realizado levando em consideração o ser humano como um todo. A terapia deve aliar a psicoterapia, mudanças no estilo de vida do paciente e a terapia com o uso de medicamentos. A escolha do tratamento irá depender do diagnóstico do paciente e da gravidade dos sintomas.

Foto: Reprodução pessoal

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