A prática da capoeira nas rodas de rua do Pelourinho

Por Angelica Gomes e Joberth Melo | Atualiza Bahia

A roda de capoeira foi desenvolvida no Brasil por descendentes dos escravos africanos. A manifestação cultural que mistura a música, o esporte e a arte marcial, foi registrada como um bem cultural no ano de 2008 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e em 2014 se tornou de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Apesar de ser um dos principais meios culturais observados no Pelourinho, a roda de capoeira vem desaparecendo. As maioria das pessoas que tem interesse em praticar, preferem aprender em academias do que apreciar e entrar na onda das rodas. Segundo o mestre Edgar, há diferenças entre elas. “A capoeira de rua tem a malandragem, a ginga, malicia. Leva sabedoria hoje mais do que na academia, porque na roda de rua você joga com vários estilos diferentes e na academia o estilo é um só”, diz Edgar.

Patrimônio

O público das rodas de capoeira também são pouco visíveis. As poucas rodas de capoeira, no ponto turístico mais visitado da Capital, geralmente se tornam atrações para quem vem de fora. Há também escolas que fazem tour com seus alunos e acabam parando no local para a demonstração e ensinamento da cultura brasileira. Segundo a professora de História, Regina dos Santos, as rodas de ruas facilitam a explicação de todo o contexto histórico da arte da capoeira.

“A capoeira é mais que uma simples arte marcial, ela traz todo um contexto de povos que usavam dessa arte para se expressarem, para se divertir, por isso acho que a capoeira nas rodas de rua é de uma importância e precisa ser enxergado de muitas outras maneiras. Então, esse patrimônio precisa ser passado e conservado de certa maneira”, afirma a educadora.

Manter esse estilo é um dos focos de Edgar. O mestre de capoeira conheceu a manifestação cultural há 37 anos atrás, na cidade de Maragogipe, e ao se mudar para a Capital Baiana prossegue com a prática das rodas de ruas. “São as rodas de capoeira que mantem meu amor vivo pela arte”, afirma.

Fotos: Angelica Gomes

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