Vai Cláudia, ser Maria…

Poesia do valenciano Adriano Pereira em homenagem a Maria Cláudia Rodrigues.

Adriano Pereira participou hoje da reinauguração do CRAM Maria Cláudia Rodrigues e declamou uma poesia que escreveu em homenagem à amiga.

Quem, preta, rompe a barra do dia
Nascendo em Feira
Vai crescendo pelas beiras
E batiza-se Maria…
Olhos saltando como a boca
Para compensar a farinha pouca
Adota Valença
Sem pedir bença nem licença…
Recebe tudo que é nome
Mas a dor não a consome
Vira a cara e mete os peitos
Vencendo qualquer preconceito
Da pátria que lhe pariu
Ergue a voz no movimento estudantil
Torna-se rebelde por várias causas
Já que sua luta não tem pausa!
Quem a estatística ultrapassa
Mostrando a força da raça
Sobrevive a bala perdida
Torna-se militante atrevida
Samba em qualquer terreiro
Senhora do mundo inteiro…
Brinca de ser atriz
Vivendo a vida por um triz
Equilibrando-se sem sombrinha
Sobe e desce, desalinha
Puxa o pano e sai da cena
Eterniza-se qual poema
Sem culpa, torna-se algoz
Sem pena, mantêm-se viva em cada um de nós

Sobre o autor:

Adriano Pereira de Queiroz – nascido e criado em Valença, atualmente é Conselheiro Estadual de Cultura da Bahia e membro da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural.

Foto de capa: pintura em acrílico sobre o 
compensado, do artista Nen Cardim, que 
retratou a imagem de Maria Cláudia 
Rodrigues. O quadro está afixado no CRAM. 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Close