Sob risco de queda, Bahia e Vitória tentam evitar cenário de 2005 e 2014

Imaginemos a seguinte situação: seu time do coração vai mal das pernas, apanha de todo mundo, toma gol de tudo quanto é jeito e você está a ponto de perder as esperanças. De tão real, o rebaixamento parece palpável. Diante desse cenário, há uma única possibilidade de tranquilizar seu coração, certo?

Que o seu rival esteja tão no fundo do poço como você está.

É exatamente por isso que estão passando os torcedores dos dois principais clubes da Bahia, que tiveram uma temporada sofrível e chegam à reta final correndo risco real de cair de divisão.

É claro que há uma diferença fundamental entre Bahia e Vitória, afinal um disputa a Série A, enquanto outro amarga a Série B. Mas não se engane: um rebaixamento seria tremendamente doloroso para tricolores e rubro-negros, principalmente pelo fator “expectativa”.

Quando montou o atual elenco, a diretoria do Bahia vendeu a ilusão de brigar por grandes objetivos na temporada. Chegar longe na Copa do Brasil, beliscar uma vaga na Libertadores via Brasileirão ou, quem sabe, até conquistar o título da Sul-Americana. Como peças de dominó enfileiradas, os sonhos foram caindo um a um.

Exceto o título do Campeonato Baiano, conquistado nos pênaltis, a duras penas, contra o Atlético do Alagoinhas.

Terminar a temporada rebaixado para a Série B seria trágico para a diretoria tricolor e embaraçoso para os torcedores. Mas o que deu tão errado para o clube? Para o editor de esportes da TV Bahia, Pedro Thomé, o maior erro da gestão de Guilherme Bellintani na temporada 2020 está na montagem do elenco.

– O Bahia errou na montagem do elenco para 2020. No começo da temporada, a ideia era formar um time com capacidade de ter a posse de bola, abrindo mão do modelo de jogo mais reativo que havia funcionado, em partes, durante 2019. Mas as apostas não deram certo, até porque algumas delas foram baseadas numa leitura equivocada, casos de Clayson e Rossi. Líderes de assistências no Corinthians e no Vasco, respectivamente, mas nenhum dos dois têm características de manutenção de posse. Essa mudança de conceito, resultou na perda de identidade do time e a exposição do sistema defensivo que não conseguiu se estabilizar na temporada – afirmou.

– Quando decidiu consertar os erros, esbarrou nas limitações financeiras impostas pela pandemia, mas, ainda assim, voltou a errar nas contratações que fez, casos de Elias e Anderson Martins, incapazes de mudar a situação do time – completou.

Dentro de sua realidade, os planos do Vitória também eram ambiciosos. Apesar da crise financeira, o presidente Paulo Carneiro investiu na contratação de atletas que haviam se destacado na Série B da temporada passada, entre eles Alisson Farias, Vico e Fernando Neto, e almejava o acesso à Primeira Divisão.

O sonho não durou mais que uma noite de verão. Exceto por uma campanha razoável na Copa do Brasil, o Vitória fez uma péssima temporada, passou vergonha na Série B e flerta com um rebaixamento para a Série C, que seria nada menos do que desastroso. *GE

Foto: reprodução

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