Pessoas frustradas com o trabalho podem ter produtividade e crescimento laboral prejudicados

Ana Paula Teixeira – Médica do Trabalho-Crédito de imagem: Interativa Comunicação

Médica especialista em Bem-Estar dá dicas de como buscar realização e felicidade no ambiente profissional

Muita gente começa a fazer as atividades laborais de forma automática. Não é o ambiente de trabalho, não são as pessoas, não é o motivacional. Mas, sim, a frustração, segundo afirma a médica do trabalho e especialista em Bem-Estar, Ana Paula Teixeira. Para ela, as pessoas são direcionadas muito jovens a escolher o que querem fazer para toda a vida. “Alguns têm muita habilidade e identificação para certas áreas e funções, já outros perambulam buscando um caminho profissional e não encontram identificação, havendo, assim, frustração, podendo ainda adoecer mental e fisicamente”.

Nesta última perspectiva, sem habilidade ou amor pelo o que faz, o trabalho se torna um peso. As oito horas parecem uma eternidade e isso pode causar problemas também na execução da tarefa – perdas de prazo, falta de produtividade, faltas, além de desgaste emocional. “Na grande maioria das vezes, esse cenário de frustração acaba refletindo também em casa. São pessoas que ficam mal-humoradas, ranzinzas e ainda descontam no outro tal insatisfação”, explica Ana Paula Teixeira.

A especialista conta ainda que, muitas vezes as escolhas profissionais são geridas pelo dinheiro que elas podem oferecer e não pelo despertar emocional que proporcionam. “Essa é uma realidade difícil de ser modificada. Mas, notem o caso de Juliana Baqueiro. Com aptidão para o mundo dos desenhos e da arte, optou pelo curso de Arquitetura – o que parecia ser mais rentável e próximo do que gostava. Ela concluiu o curso, mesmo sem muito interesse, mas nos primeiros trabalhos e até ainda durante estágios ela percebeu que aquele lugar não era o seu. Cobrança, metas, atuação em escritório. Tudo isso a levou a um quadro de estresse. Foi quando resolveu largar tudo e montar seu próprio estúdio de tatuagem, onde encontra-se hoje bem e feliz”.

Mas, Ana Paula Teixeira ressalta que nem todos têm essa facilidade ou apoio da família, já que algumas pessoas são obrigadas a darem continuidade à carreira familiar, como nas áreas do Direito e da Medicina, por exemplo. A dica, de acordo com a médica do trabalho, além de fazer um teste vocacional, é abrir os olhos para as verdadeiras aptidões e se posicionar com relação a elas, diante de discordâncias. “Não vale a pena ser um funcionário desmotivado, descrente de suas potencialidades e entristecido pelas próprias escolhas. Ele não renderá. Ele não será o destaque da equipe. Ele, talvez, nem chegue a uma função de liderança – o que pode causar ainda mais frustrações”, afirma.

Em geral, o índice de insatisfação corporativo é considerado alto. E não é somente Ana Paula Teixeira quem faz essa afirmativa. Segundo estudo realizado em 21 estados pelo consultor de carreiras Fredy Machado para o livro ‘É possível se reinventar e integrar a vida pessoal e profissional’, cerca de 90% das pessoas estão infelizes em seus trabalhos. Desse percentual, 36,52% dos profissionais estão infelizes com o trabalho que realizam, e 64,24% gostariam de fazer algo diferente do que fazem hoje para serem mais felizes.

Interativa Comunicação

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