Mesmo sem gols contra o Santos, Bahia dá indícios que pode funcionar com dois centroavantes
Gilberto é um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro com oito gols marcados. Hugo Rodallega balançou as redes quatro vezes na última rodada, contra o Fortaleza. Os dois são concorrentes no ataque do Bahia. Mas, na noite do último sábado, mostraram que, ao invés de brigar por uma vaga no ataque, podem ser companheiros, sem prejudicar a mobilidade da equipe baiana.
Ao longo da semana, torcedores tricolores alimentaram a expectativa de ver Gilberto e Rodallega em campo. O desejo se cumpriu, mas com surpresas na escalação do time. O técnico Diego Dabove colocou Daniel e Rodriguinho no banco de reservas e escalou a equipe em um 4-4-2, com Oscar Ruiz e Isnaldo pelas pontas.
A presença de dois centroavantes poderia indicar uma estratégia de lançar a bola na área adversária de qualquer maneira. Mas o Bahia trabalhou as jogadas e acelerou o jogo com a participação de Gilberto e Rodallega. Os dois se movimentaram bastante para receber passes e não ficaram presos entre os zagueiros do Santos.
Aos 25 min do 1º tempo – finalização certa de Gilberto do Bahia contra o Santos
Como Gilberto e Rodallega têm como características a movimentação e qualidade no passe, o sistema de jogo fluiu. Assim, mesmo com menor posse de bola, o Bahia teve as melhores chances de primeira etapa. Quando não eram os responsáveis pela finalização, os dois centroavantes carimbavam a bola com um passe na intermediária ou abrindo espaço na defesa santista.
Mas nem todos acompanharam o ritmo de Rodallega, Gilberto, Isnaldo e Mugni. Oscar Ruiz fez um jogo ofensivo de pouco destaque, enquanto Nino, mais uma vez, errou mais do que acertou quando se lançou ao ataque.
Além da boa produção ofensiva no geral, o Tricolor também fez um bom papel no campo de defesa. Como pressionava já no ataque, a equipe dificultou as ações do adversário. A lentidão do Alvinegro praiano também ajudou. As estatísticas comprovam. O Bahia teve sete finalizações no primeiro tempo, contra nenhuma do Santos.
Hugo Rodallega em ação pelo Bahia no jogo contra o Santos — Foto: Bruno Queiroz/Divulgação/E.C. Bahia
No segundo tempo, contudo, o Santos melhorou e empurrou o Bahia para o campo de defesa. Os lances agudos da primeira etapa deixaram de ocorrer, em parte por conta dos erros de passe, mas também pelo domínio de meio-campo imposto pela equipe paulista. Para recuperar o controle do jogo, Dabove tirou Isnaldo, que estava amarelado, e colocou em campo Raniele. Mugni foi deslocado para a esquerda para fazer o papel de construtor pelo setor.
Mesmo com as mudanças, o jogo seguiu mais favorável ao Santos. Aos 17, Carille aproveitou a superioridade para colocar Marinho em campo. Rápido e habilidoso, o atacante ocupou a costas de Juninho Capixaba, o que impediu o lateral tricolor de subir para o apoio. Preocupado, Dabove substituiu Mugni por Matheus Bahia, o que dobrou a marcação em cima do camisa 7 santista.
Aos 48 min do 2º tempo – finalização errada de Rodriguinho do Bahia contra o Santos
O segundo tempo não foi favorável, mas o Bahia, ainda assim, teve a chance de maior perigo. Nos acréscimos, após cruzamento de Rodallega, Rodriguinho perdeu na pequena área.
O jogo traz algumas boas novidades para a torcida. O time, que passou dois meses sem sair de campo com a defesa zerada, não sofreu gols na Vila Belmiro. Destaque para as atuações seguras de Conti e, principalmente, de Luiz Otávio.
Isnaldo deu um bom cartão de visitas. O argentino mostrou que pode ser útil. Para Óscar Ruiz isso pode ser um problema. O Bahia só pode ter cinco atletas estrangeiros relacionados para cada partida. como ainda não rendeu o esperado, o paraguaio pode “sobrar” na disputa por uma vaga.
O Bahia terá uma semana de preparação até a próxima rodada da Série A. No sábado, às 21h (de Brasília), o Tricolor enfrenta o Bragantino no estádio de Pituaçu, em Salvador, pela 21ª rodada da Série A. *GE