Medicina regenerativa permite que mulheres com menopausa precoce se tornem mães com seus próprios óvulos por meio do rejuvenescimento ovariano

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Medicina regenerativa permite que mulheres com menopausa precoce se tornem mães com seus próprios óvulos por meio do rejuvenescimento ovariano

Dra Genevieve Coelho 2023

A menopausa marca o fim da fase fértil da mulher. Mas o que acontece quando isso ocorre precocemente? Se os sintomas associados à menopausa ocorrerem antes dos 40 anos de idade, ela é considerada menopausa precoce ou prematura e, também é chamada de insuficiência ovariana prematura (FOP). Tendo em conta que a maternidade é cada vez mais postergada na sociedade atual, a perda da função ovariana devido à redução da produção de estradiol nos ovários é uma dificuldade adicional importante para conseguir a gravidez.

Para combater o problema, o IVI destaca que existem opções de rejuvenescimento ovariano quando os óvulos perdem qualidade e quantidade prematuramente, algo que ocorre em 1 a cada 100 mulheres, e pode acontecer devido a fatores naturais, causas hereditárias, doenças autoimunes, problemas cromossômicos que causam malformações nos ovários ou como resultado de tratamentos médicos, como a quimioterapia para combater o câncer.

O médico Manuel Muñoz, diretor do IVI Alicante (que faz parte do mesmo grupo ao qual pertence o IVI Brasil, em Salvador), explica que existem três procedimentos já desenvolvidos que são aplicados no Centro de Excelência em Rejuvenescimento Ovariano, localizado na mesma clínica dirigida pelo especialista. “Em cada caso é selecionada a técnica personalizada que melhor se adapta às características e necessidades do paciente. Por um lado, temos a infusão de plasma rico em fatores de crescimento das plaquetas nos ovários da paciente, após a extração do seu sangue. Outra opção é proceder à mobilização das células tronco da medula óssea, e aproveitar as propriedades de regeneração do nicho ovárico que possuem, combinadas com a infusão de plasma rico em fatores de crescimento de ambas as populações celulares, as plaquetas e células-tronco ovarianas; e, por fim, um terceiro procedimento é o reimplante de tecido ovariano previamente extraído e ativado por meio de fragmentação em laboratório através de laparoscopia”, explica.

“A medicina reprodutiva tem se atualizado dia após dia, para abrir novas possibilidades e conseguir resolver problemas que antes, eram irreversíveis. É o caso dessas técnicas que ajudam na recuperação da capacidade ovariana das mulheres. As técnicas são fruto de pesquisa do grupo IVI e uma delas já está disponível na sede do IVI Brasil, em Salvador”, conta a Dra. Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.

Plasma rico em fatores de crescimento (PRFG)

A utilização deste plasma baseia-se nos princípios da regeneração do próprio corpo, na medicina regenerativa, e tem como objetivo restaurar o ambiente biológico como uma alternativa que está dando resultados interessantes no tratamento de casos de falência ovariana prematura e baixa taxa de reserva ovariana. Esta técnica já está disponível no IVI Brasil, em Salvador.

Atualmente, as mulheres com falência ovariana prematura e baixa reserva ovariana estão conseguindo se tornar mães com seus próprios óvulos. Ainda há um longo caminho a percorrer e, cada vez mais pesquisas são realizadas sobre novas técnicas de rejuvenescimento ovariano; que podem continuar a otimizar os procedimentos a curto e médio prazo.

Outras técnicas possíveis – ainda não disponíveis no Brasil

O tratamento denominado ASCOT-1 é uma evolução da pesquisa realizada pelo IVI para verificar o papel das células-tronco ovarianas (ASCOT) na ativação dos folículos, combinada à técnica PRP (plasma rico em plaquetas), idealizada e desenvolvida pelo IVI. Com tratamento prévio, com fator estimulador de colônias capaz de mobilizar as células-tronco da medula óssea da paciente para que, uma vez coletado o sangue, a amostra seja processada em laboratório para ativação e injetada a posteriori no ovário da paciente com procedimento muito semelhante ao realizado para infusão de plaquetas.

Já a reativação ovariana possibilita ativar os folículos silenciosos ou adormecidos – que são a principal base da reserva ovariana – através do reimplante de uma amostra de córtex ovariano, que é extraída por laparoscopia e ativada em laboratório. Embora essa técnica seja mais invasiva que a infusão de plaquetas, por exigir procedimento cirúrgico, as pacientes normalmente recebem alta no mesmo dia.

Chris Midlej

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