Mãe de mulher trans que teve corpo queimado na Bahia diz que recebeu mensagem do suspeito de cometer crime


A mãe da mulher trans que teve o corpo queimado em Itabuna, no sul da Bahia, revelou que recebeu uma mensagem do ex-namorado da filha, considerado suspeito de cometer o crime e preso em flagrante. De acordo com Lucinéia Ferreira, o homem disse que nada o impediria de ficar com a vítima.

“Ele mandou mensagem para mim dizendo: ‘eu amo sua filha, quero ficar com ela e ninguém vai me impedir’. Isso não é amor, é doença. Quem ama não mata, não bate, não espanca”, disse Lucinéia Ferreira.

De acordo com Lucinéia, o estado de saúde de Carla Santos, de 44 anos, é considerado grave. O crime aconteceu no sábado (11) e depois de ver o corpo tomado pelas chamas, a vítima invadiu um hospital de Itabuna e pediu socorro. Ela teve 30% do corpo queimado e foi transferida para o Hospital Geral do Estado, em Salvador.

O suspeito de cometer o crime foi preso em flagrante. Nesta segunda-feira (13), ele segue à disposição da Justiça.

Relacionamento abusivo

Mulher trans que invadiu hospital com corpo em chamas está internada em estado grave  — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Mulher trans que invadiu hospital com corpo em chamas está internada em estado grave — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Em entrevista à TV Bahia, Lucinéia Ferreira ainda contou que nunca foi a favor do relacionamento da filha com o suspeito, que estavam juntos há décadas. A filha sofria agressões constantes do homem.

“Todo mundo era contra, inclusive eu. Vendi e a casa dela e comprei uma do lado da minha, mas mesmo assim isso não resolveu. Ela contava tudo para mim, dizia que não dava certo, que ele era usuário de drogas”, disse.

A mãe da vítima ainda disse que a filha pedia ajuda para se separar de vez do homem.

“Ela pediu chorando para mim: ‘socorro mainha, me tire daqui’, dizia que tinha medo. Quando ele ligava ameaçando, coagindo, ela ia encontrá-lo porque ficava com medo dele fazer algo contra ela”, contou.

A mãe de Carla ainda disse que aconselhou que a filha prestasse queixa contra o homem na delegacia. A vítima, porém, achava que a queixa não iria protegê-la do homem.

“Ela dizia que medida protetiva não protegia ninguém, que era um pedaço de papel que eles [suspeitos] não respeitam”, disse.

O desejo de Lucinéia é que José Carlos, suspeito de cometer o crime, siga preso. O caso é investigado pela Polícia Civil da cidade. *g1

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