Homem leva tiro na testa, cai de moto e vai para casa dormir: neurocirurgião explica como isso é possível

A história de um homem de 25 anos que levou um tiro enquanto conduzia uma moto, caiu do veículo e foi para casa dormir surpreendeu moradores de Araguaína, no norte do Tocantins. Isso porque a bala atingiu a testa da vítima, que só foi levada ao hospital depois que a mãe percebeu a lesão. A bala amassada foi encontrada na rua em que o jovem foi ferido.

Mas como isso é possível? Mesmo não aparentando, a situação é grave? É comum ficar consciente após uma lesão na cabeça?

O neurocirurgião Antônio Sérgio Guimarães explicou ao g1 que a lesão na cabeça provocada por arma de fogo pode não ser letal, a depender da área afetada, calibre utilizado, distância, posição do projétil e da vítima no momento do disparo.

“É comum, mas também é muita sorte. Se entra em ângulo reto, entra no crânio, mas se a bala entra meio de lado, bate e desvia. Pode ter lesado as partes moles, a pele, e o crânio. Se pega só a parte frontal, a pessoa pode sair andando”, afirmou o especialista.
Antônio Sérgio Guimarães afirma que, para causar uma lesão, depende de alguns fatores.

“Primeiro do calibre, da energia do projétil, se está próximo ou muito longe e se o projétil entra no compartimento encefálico, se transfixa de um lado para o outro, o que é muito grave, ou se atinge um hemisfério só. A gravidade é menor mas também é grave. Depende muito do local que é atingido no crânio”, disse o neurocirugião.

Depois do disparo o homem não procurou ajuda médica. Segundo a PM, ele tinha um ferimento na testa, de onde escorria algo que, segundo os agentes, parecia ser massa encefálica. Apesar disso o homem estava consciente e lúcido.

Risco de ferimento mais grave
Conforme o especialista, apesar de o homem ter ido para casa com ferimento que aparentava ser leve, a situação poderia ter causado graves consequências, se não fosse tratada.

“Pode ter fraturado o crânio. Toda fratura de crânio é potencialmente grave, então vai depender da intensidade, se é uma fratura cominutiva – quebra do osso em vários pedaços – uma fratura linear, fratura afundada. Tudo isso tem que avaliar. Ele pode sim ter complicações sérias em função de um trauma desses”, explicou o médico. (G1)

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