Herpes- zóster: epidemiologista tira dúvidas comuns sobre doença e vacina

Epidemiologista D José Geraldo Ribeiro


                                           Herpes- zóster: epidemiologista tira dúvidas comuns sobre doença e vacina

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Adultos com mais de 50 anos de idade, com baixa imunidade ou doenças crônicas, são os mais suscetíveis e podem apresentar dor intensa por até cem dias

Também conhecida como cobreiro, a herpes-zóster é uma doença causada pelo vírus varicela-zóster, o mesmo responsável pela catapora, que está presente em 95% dos adultos brasileiros. Estima-se ainda que, uma em cada três pessoas poderá desenvolver a doença em algum momento da vida. É como se o vírus ficasse “adormecido” no organismo, podendo ser reativado na idade adulta ou em momentos de baixa imunidade.

A vacina inativada contra o herpes zoster (Shingrix), lançada no Brasil em 2022, trouxe grandes progressos na proteção da doença. Feita em duas doses, tem maior eficácia (> 90%), pode ser utilizada a partir dos 18 anos de idade em pacientes com doenças crônicas, sendo recomendada de rotina pela Sociedade Brasileira de Imunização a partir dos 50 anos.

“A aplicação da vacina pelo Grupo Fleury em todo o país cresceu 96,6% em 2023, comparando a igual período de 2022. Somente na Bahia o crescimento foi de 100%. A maior demanda foi entre pessoas na faixa etária de 60 a 70 anos, seguido da faixa etária de 50 a 75 e 79 anos, respectivamente”, ressalta o epidemiologista do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia, Dr. José Geraldo Ribeiro.

Também não é obrigatório o intervalo entre a recuperação da doença e a aplicação da vacina. Devido às complicações graves do herpes zoster e queda da qualidade de vida dos acometidos, a vacina é um importante aliado na prevenção da doença.

“Os sintomas mais comuns da doença são: lesões dolorosas na pele, dor nos nervos, dor de cabeça, febre, formigamento e mal-estar.  O herpes zoster pode trazer complicações graves e prolongadas. Os locais mais prováveis das lesões são o tórax, pescoço e costas. A incidência da doença aumentou após o início da circulação do vírus da COVID-19 e a melhor maneira de evitar a doença é pela vacinação”, frisa o médico.

Quais doenças a vacina Herpes Zoster previne?

A vacina contra herpes zoster – Shingrix protege de uma doença popularmente conhecida como “cobreiro” e suas complicações, como a neuralgia pós-herpética, responsável por dor crônica prolongada e de difícil controle. Tanto o herpes zoster quanto a varicela (catapora) são causados pelo vírus varicela zoster.

A doença é transmissível?

O herpes zoster não é uma doença muito contagiosa, mas o vírus varicela zoster pode ser transmitido através do contato direto com as lesões da pele da pessoa infectada. Em casos mais raros, o vírus também pode ser transmitido por secreções respiratórias. O período de transmissão é de 1 a 2 dias antes da erupção e até que todas as lesões passem para a forma de crostas.

Quais são os sintomas do Herpes Zoster?

Os principais sintomas que podem indicar um quadro de herpes zoster são:

  • Lesões na pele
  • Ardência e coceira local
  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Mal-estar
  • Dores no local das lesões
  • Parestesias: formigamento, agulhadas, adormecimento, sensação de pressão etc.

Caso suspeite da doença, é fundamental buscar atendimento médico imediatamente, para a realização precisa do diagnóstico e direcionamento do melhor tratamento a ser seguido.

Como prevenir o Herpes Zoster?

Cuidar da saúde de forma geral ajuda a evitar que a imunidade baixe. Ao fortalecer as defesas do organismo, as chances de reativação do herpes zoster pode ser menor. No entanto, a única medida comprovadamente eficiente de se evitar a doença é a vacinação.

Quem deve se vacinar contra o Herpes Zoster?

Adultos a partir de 18 anos com risco aumentado para herpes zoster e adultos com 50 anos ou mais.  

VACINA ZÓSTER INATIVADA (SHINGRIX)

Indicação: indicada para a prevenção de herpes zoster em maiores de 50 anos. A partir de 18 anos para aqueles que tenham risco especial para a doença.

Esquema de aplicação: o esquema é composto por duas doses com intervalo de 2 meses entre as doses. Esse esquema independe da ocorrência anterior da doença ou vacinação anterior com a vacina Zostavax (vacina atenuada). No caso de aplicação anterior da Zostavax, é necessário aguardar um mínimo de oito semanas para aplicação da Shingrix.

VACINA VARICELA

Indicação: protege contra a “catapora” (causada pelo vírus da Varicela-zóster)

Esquema de aplicação: duas doses, aplicada a partir de 12 meses de idade. Pode ser aplicada em crianças a partir de 9 meses de idade, sob orientação médica, entretanto, esta criança deve receber uma segunda dose da vacina aos 12 meses de idade mais uma dose posterior. Essa dose posterior deve ser administrada 3 meses após a dose anterior. A partir de 13 anos de idade, são aplicadas duas doses com intervalo mínimo de 1 mês. Até 72 horas após contato com um portador do vírus (para alguns até 5 dias), a vacina pode evitar a doença ou minimizar a severidade se a infecção já estiver instalada

Por: Andréia Vitório

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