Doença de Parkinson é 25% menos comum em mulheres que praticam atividade física regular

Dra. Roberta Lauark- credito -LorenaVinturini

Doença de Parkinson é 25% menos comum em mulheres que praticam atividade física regular

Uma pesquisa recente, divulgada na revista científica Neurology, mostrou que a atividade física regular está associado a incidência 25% menor de Doença de Parkinson em mulheres. Conforme o estudo, que foi conduzido por pesquisadores franceses da Universidade Paris-Saclay, é possível que o risco de desenvolver Parkinson diminua à medida que se aumenta o nível de atividade física. Aquelas que praticavam mais exercícios, tanto em termos de tempo quanto de intensidade, apresentaram uma incidência de doença de Parkinson 25% menor em comparação àquelas que se exercitavam pouco.

De acordo com a neurologista Dra. Roberta Kauark, o estudo mostrou que, além de melhorar sintomas motores e não motores da doença, a atividade física pode prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença.

“A pesquisa indicou que a prática de exercícios deve ocorrer de quatro a cinco vezes por semana por, pelo menos, 40 minutos, sendo que vários tipos parecem ser benéficos, como dança, esteira, hidroterapia, bicicleta”, explica.

Segundo a especialista, o Parkinson é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva, causada pela queda na produção de dopamina. “Ele é um neurotransmissor envolvido nos movimentos voluntários do corpo, e sua queda leva à perda do controle motor e a sintomas característicos, como lentidão, rigidez nas articulações e tremores em repouso, além de desequilíbrio, entre outros”, observa.

Diante deste quadro, a neurologista aponta que o efeito benéfico dos exercícios é melhor nos estágios iniciais. Já as pesquisas em modelos animais indicam que o exercício induz a produção de fatores neurotróficos, substâncias que atuam no crescimento e na sobrevivência dos neurônios.

Ao todo, a pesquisa divulgada na revista científica Neurology acompanhou 95.354 voluntárias ao longo de três décadas, a partir de dados de um estudo epidemiológico realizado entre 1990 e 2018 com trabalhadores da área da educação, sendo que a grande maioria das mulheres partipantes eram professoras. Conforme dados divulgados pelo estudo, nenhuma das voluntárias tinha a doença no início do acompanhamento.

“É um estudo interessante porque analisa exclusivamente mulheres, que em geral são menos acometidas pelo Parkinson”, aponta Dra. Roberta. Outro diferencial do estudo foi a metodologia aplicada, que considerou a possibilidade de as pacientes se exercitarem menos por já estarem em uma fase inicial, pré-clínica, da doença.

Ao longo de todo o estudo, a atividade física foi avaliada por meio de seis questionários, que contavam com perguntas detalhadas sobre a distância caminhada diariamente, se a pessoa precisava subir escadas, tempo gasto semanalmente em tarefas domésticas leves e pesadas, atividades recreativas moderadas, como jardinagem ou esportes de intensidade moderada, e exercícios vigorosos.

Apesar de não haver cura para a doença, é possível controlar sintomas do Parkinson com o uso de medicamentos. “Em alguns casos, os pacientes podem se beneficiar da estimulação cerebral profunda, que utiliza uma espécie de marca-passo implantado cirurgicamente para produzir um estímulo elétrico capaz de modular as estruturas nervosas que causam os sintomas”, diz.

Fonte:Carmen Comunicação

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