Dia da Consciência Negra: Psicóloga explica o que são as Relações Étnico-Raciais e dá dicas para quem quer aprender mais sobre a temática



Foto: Psicóloga e docente Eva Naiar Lemos Paim
 

Data tem como objetivo promover a reflexão sobre a importância da cultura afro na formação da sociedade brasileira, além de destacar a contribuição dos negros na construção do país

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado neste dia 20 de novembro e lembra Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que lutou contra o regime escravista no Brasil colonial. Zumbi dos Palmares foi morto em 20 de novembro de 1695, e sua figura representa a resistência e a luta do povo negro contra a escravização.
 

A data tem como objetivo destacar a importância da cultura afro na formação da sociedade brasileira e a contribuição dos negros na construção do país. 
 

A psicóloga Eva Naiar Lemos Paim, docente da Faculdade Anhanguera, explica que a data é uma oportunidade para promover a conscientização sobre a igualdade racial, combate ao racismo e promoção da valorização da diversidade étnica e cultural, além de ser uma forma de ampliar a disseminação de pautas ligadas às relações étnico-raciais e entender como a sociedade brasileira foi construída historicamente.
 

“O Dia Nacional da Consciência Negra nos convida a disseminar ainda mais informações (jurídicas e sociais) a fim de implementarmos na sociedade estratégias e técnicas de combate ao racismo, que está atrelado às conversas e reflexões que são geradas pelos indivíduos. A cultura de um povo é feita também de forma oral, isto é, as relações sociais impactam diretamente nas ações que são realizadas uns com os outros. A partir dessa ideia, é possível gerar inquietações e uma transformação de posturas e comportamentos. Precisamos nos informar e discutir com o intuito de aprender, aprender sobre o hoje, mas também sobre a história do Brasil e de seu povo”, avalia. 
 

“O Dia Nacional da Consciência Negra nos convida a enxergar e a valorizar a cultura africana tão presente no nosso país. A data é um lembrete para resgatar o valor, o poder, a força e a riqueza dessa cultura ancestral. Além disso, somos chamados a disseminar ainda mais informações sobre a verdadeira história da população negra. Somos descendentes da realeza, não de escravos. Criamos a matemática, a medicina, a filosofia, somos cientistas e intelectuais. A mobilização em torno da construção e divulgação de leis, políticas públicas, estratégias e técnicas de combate ao racismo também se intensifica nesse mês e deve ser mantida durante todo o ano. Precisamos nos informar e discutir com o intuito de aprender, aprender sobre o hoje, ressignificar o passado e construir um amanhã mais justo e igualitário para todos os brasileiros”, avalia.
 

Acerca das relações étnico-raciais, a psicóloga explica que elas nada mais são, do que, justamente, a maneira como as pessoas de diferentes origens étnicas e raciais interagem, se percebem, e são tratadas dentro de um determinado grupo social. 
 

“Nesse contexto, é comum trazer discussões sobre o que é o racismo, racismo estrutural, discriminação racial, preconceito, estereótipos e desigualdades a partir de características raciais. A abordagem desses temas é primordial para compreendermos melhor, como sociedade, as disparidades sociais e econômicas que muitas vezes estão interligadas com essas diferenças entre pessoas e que não devem mais existir”, ressalta.
 

Por fim, Eva Naiar Lemos Paim diz ainda que o dia se faz necessário porque é mais uma forma de implementar a educação antirracista na sociedade.

“Trazer o debate à tona e gerar conversas recorrentes sobre racismo e história, como também implementar medidas efetivas e que recriminem comportamentos discriminatórios, são ações que contribuem para com essa causa. Além disso, todos podem se interessar na temática, afinal, nunca é tarde para aprender e, no Dia da Consciência Negra, o objetivo é também relembrar que podemos construir um mundo melhor”, reforça.

Por fim, a especialista dá cinco dicas de leitura para quem quer aprender mais sobre as relações étnico-raciais no Brasil e racismo. Confira:

  • O Pequeno Manual Antirracista, de Djamila Ribeiro: A obra trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. 
     
  • Relações Étnico-raciais Educação e Sociedade, John Land Carth: A obra é um conjunto de textos que abordam a problemática da educação e da formação da sociedade brasileira em seus conflitos de gênero, étnica, racismo, política e currículo. Durante anos o professor John Carth acompanhou de perto as transformações sociais e educacionais vendo e vivendo próximo aos dilemas sociais. Trata-se apenas de reflexões que possibilitam entendimentos sobre as necessidades da sociedade neste Terceiro Milênio.
     
  • Mulheres, Raça e Classe, de Angela Davis: A obra traça um poderoso panorama histórico e crítico das imbricações entre a luta anticapitalista, a luta feminista, a luta antirracista e a luta antiescravagista, passando pelos dilemas contemporâneos da mulher. O livro é considerado um clássico sobre a interseccionalidade de gênero, raça e classe.
     
  • Racismo Linguístico, de Gabriel Nascimento: A obra trata da relação entre língua e racismo e como os debates de intelectuais negros, muitas vezes esquecidos, contribuem para uma visão mais inclusiva da linguagem dentro da sociedade brasileira. De fato, a grande novidade da obra de Nascimento é de mostrar tanto as ausências da linguística tradicional quanto as pistas para uma renovação dessa área, dando continuidade ao projeto anticolonial de autores clássicos como Franz Fanon e à crítica decolonial contemporânea, que está transformando debates acadêmicos e políticos ao redor do mundo. Assim, este livro se insere numa virada importante na ciência e sociedade brasileira, que somente agora está começando a encarar a força estruturante de categorias raciais.
     
  • Quarto de Desejo, de Carolina Maria de Jesus: O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.

Com grande penetração no Brasil, a Anhanguera está presente em todas as regiões com 106 unidades próprias e 1.398 polos em todos os estados brasileiros.  

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Deiwerson Damasceno: Assessoria de imprensa-Faculdades Anhanguera em todo o Nordeste

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