Delegacia com baixo efetivo, tiroteios e mortes assustam baianos

Salvador registrou 108 tiroteios em maio, com 83 pessoas assassinadas. Crédito: Divulgação/Polícia Civil

Tecnologia só à serviço do crime

A praticidade das transações bancárias está para todo mundo, inclusive para os criminosos. Sequestros-relâmpagos para roubar dinheiro das vítimas através do Pix têm sido comuns na Bahia. Na terça, uma mulher foi levada por bandidos em Pernambués e foi obrigada a transferir R$ 2 mil. Outra modalidade que cresce também por causa do Pix é a extorsão mediante sequestro – neste caso, as vítimas são comerciantes e empresários. Mas o tempo de resposta da Polícia Civil não acompanha a agilidade do crime. O Sindicatos dos Policiais Civis diz que os casos registrados nas delegacias de bairro são repassados via relatório à Delegacia de Crimes Cibernéticos, porque seus agentes não têm capacitação para atuar em crimes cibernéticos. Mas o gargalo ainda não é esse. A especializada da Mouraria conta com apenas três agentes e dois delegados para dar conta dos casos das 417 cidades do estado.

Mulher é sequetrada em Pernambués e obrigada a transferir R$ 2 mil via Pix para criminosos. Crédito: Eduardo Dias/Arquivo CORREIO
Mulher é sequetrada em Pernambués e obrigada a transferir R$ 2 mil via Pix para criminosos. Crédito: Eduardo Dias/Arquivo CORREIO

Em nota enviada à coluna, a Polícia Civil afirmou que ‘as investigações dos crimes de roubo qualificado, popularmente intitulado como “sequestro relâmpago”, bem como os crimes de extorsão mediante sequestro, são realizadas pelas unidades de referência, as quais dispõem também de expertise e recursos para apuração no âmbito virtual, não havendo nenhum prejuízo para o trabalho investigativo e no atendimento da demanda. Atualmente, na estrutura da Polícia Civil não existe “Delegacia de Crimes Cibernéticos”, entretanto, quando necessário, os recursos da Coordenação de Inteligência Cibernética (Ciberlab), do Departamento de Inteligência Policial (DIP), são disponibilizados’.

A violência pulsa

No mapa da violência armada do Instituto Fogo Cruzado, no mês de maio, a capital baiana registrou 108 tiroteios. Foram 83 pessoas assassinadas e 22 feridas. Os casos foram registrados nos bairros de Itapuã, Cabula, Valéria, Beiru/Tancredo Neves, Chapada do Rio Vermelho e complexo do Nordeste de Amaralina, que, assim como São Marcos onde um casal foi assassinado na terça, são regiões onde há uma guerra, onde as facções têm o domínio dos espaços diante da ausência das forças de segurança. Mas a polícia existe. Basta circular na Pituba, Barra, Itaigara, Caminho das Árvores ….

Salvador registrou 108 tiroteios em maio, com 83 pessoas assassinadas. Crédito: Divulgação/Polícia Civil
Salvador registrou 108 tiroteios em maio, com 83 pessoas assassinadas. Crédito: Divulgação/Polícia Civil

Pânico no Calabar

E os moradores do Calabar tiveram mais uma noite de terror. Criminosos desceram de dois carros e começaram a atirar contra um grupo rival, iniciando um intenso tiroteio. A Polícia Militar chegou a dar de cara com alguns homens armados e houve um novo confronto. Dois mortos (um deles atingindo no cemitério Campo Santo ) e a população em pânico. A região é alvo de disputada das facções BDM e CV. E o motivo é simples: o bairro tem uma importância econômica para esses grupos, pois está localizado próximo de áreas nobres como Barra, Graça e Ondina. *Bruno Wendelbruno.cardoso@redebahia.com.br

Tiroteio entre facções deixa moradores em pânico. Um homem foi baleado. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO
Tiroteio entre facções deixa moradores em pânico. Um homem foi baleado. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

*Bruno Wendelbruno.cardoso@redebahia.com.br

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Close