Conheça 7 hábitos financeiros saudáveis para controlar as finanças

Foto de Anna Shvets

Por Felipe Maia

O brasileiro possui dificuldades para administrar dinheiro, o que faz o número de inadimplentes e endividados atingir o maior patamar em 12 anos.

Dificuldades para administrar o próprio dinheiro são um desafio para uma vida feliz e saudável – e estão cada vez mais presentes na vida do brasileiro. Segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de inadimplentes e endividados atingiu o maior patamar em 12 anos: 77,7%.

Além disso, 50% das pessoas admitem não se dedicarem ao controle das finanças pessoais, enquanto 17% usam cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos para arcar com os gastos mensais. Levantados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), estes números apontam para um cenário complicado para as contas dos brasileiros.

Por isso, a adoção de hábitos financeiros saudáveis através de uma melhor educação financeira é imprescindível para evitar tais dificuldades. A seguir, seguem os sete principais que ajudarão a descomplicar as finanças:

1. Acompanhe os seus ganhos e gastos

Primeiramente, é necessário ter consciência de toda a receita que entra na sua conta bancária. Não se trata somente de salário, mas também outros rendimentos como investimentos e aluguéis. 

Também é crucial acompanhar todos os gastos fixos e variáveis, os categorizando para facilitar a organização. Isso lhe dará uma visão mais ampla do seu custo de vida, sabendo o que precisa ser mantido e o que pode ser cortado. Esse acompanhamento pode ser realizado de forma semanal, quinzenal ou mensal. 

Segundo a SPC Brasil e a CNDL, 56% dos consumidores se sentem melhor quando planejam os gastos para os seis meses subsequentes. Por isso, o planejamento só gera benefícios para a vida do brasileiro.

2. Monte uma reserva de emergência

Imprevistos são comuns na vida adulta e, por isso, é crucial se prevenir. Por isso, ter uma reserva de emergência é imprescindível para encarar as adversidades que surgem no dia a dia.

Especialistas em finanças pessoais recomendam que a reserva de emergência seja suficiente para suprir o custo de vida caso a pessoa passe um período sem recebíveis para arcar com as contas. Portanto, o ideal é que ela seja equivalente ao valor mínimo de três a seis salários.

Desta forma, o planejamento financeiro bem estruturado deve incluir o valor mensal que será destinado ao fundo emergencial. Este valor precisa ser de pelo menos 10% da renda, a depender dos gastos mensais de cada pessoa.

3. Evite o desperdício ao fazer compras

Independentemente de serem no supermercado, lojas ou qualquer outro empreendimento, é necessário comprar apenas o que você precisa. Por isso, é crucial listar todos os itens que você pretende comprar e se ater ao planejamento.

Dados do Superdigital, do Santander, apontam que os gastos no mercado correspondem a 36% do consumo do brasileiro. Portanto, economizar neste estabelecimento ajudará a fazer mais dinheiro sobrar no final do mês.

Por isso, o ideal é sempre analisar sua despensa e evitar que itens estraguem. Além disso, deve-se analisar diferentes marcas e estabelecimentos a fim de garantir melhores preços e não fazer compras para o mês inteiro. Estas regras são muito importantes para evitar gastos desnecessários.

4. Controle o uso do cartão de crédito

O cartão de crédito é vantajoso para fazer compras e parcelá-las, mas seu uso oferece alguns riscos que precisam ser contornados. Afinal, a taxa de juros do crédito rotativo é de 12,5% ao mês, podendo ser ainda maior em determinados bancos.

Inclusive, trata-se da dívida mais comum dos brasileiros. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (CNC), o cartão de crédito é responsável por 88,5% das dívidas das famílias que estão com as contas no vermelho.

Segundo especialistas, o ideal é usar o cartão de crédito para cerca de 30% dos gastos mensais. O ideal é ficar atento a todos os valores lançados na fatura e fazer os gastos nas datas de fechamento – que devem ser próximas do dia de pagamento do salário para evitar transtornos.

O monitoramento de valores lançados na fatura pode ser desafiador caso você tenha este serviço em mais de uma instituição – coisa que é a realidade da maioria das pessoas. Segundo estudo Serasa eCred, 47% dos brasileiros possuem pelo menos quatro cartões de crédito. Somente 9% dos entrevistados centralizam os gastos em um.

5. Divida as despesas domésticas

Caso você more com outras pessoas, é necessário fazer uma divisão de despesas domésticas. Segundo o SPC Brasil, 46% dos casais brigam por questões financeiras – seja por gastos acima das condições financeiras, divergências sobre investimentos, atrasos ou falta de economia.

Por isso, o ideal é fazer uma separação de quanto cada um destinará para cada gasto. Deve-se analisar quanto cada pessoa recebe e pode destinar às despesas de casa – o uso de uma conta conjunta digital oferece transparência, tranquilidade e segurança para este processo.

6. Evite os parcelamentos de compras

É fundamental ter cautela e atenção com os pagamentos parcelados. Como mencionado anteriormente, cartões de crédito possuem juros altíssimos – mas estes não são os únicos desafios que esta modalidade de pagamento oferece.

Compras parceladas usam consomem o limite disponível do cartão e são cobradas mensalmente na fatura. Portanto, o excesso de compras parceladas compromete parte do orçamento mensal e pode virar uma bola de neve financeira.

Além disso, é possível ter descontos no pagamento à vista. Desta forma, é importante analisar todas as condições para quitação do produto ou serviço antes de fazer a compra, podendo economizar.

E, é claro, avaliar o que realmente é necessário e urgente, pois a prioridade das compras parceladas está neste tipo de compra. Em outros casos, é melhor juntar dinheiro e comprar o produto à vista.

Além disso, o cartão de crédito pode ser usado para conquistar milhas. Seja para utilizar os benefícios ou vendê-las, trata-se de uma opção cada vez mais usada. Vale ressaltar que é necessário ter controle financeiro na hora de juntar milhas – caso contrário, pode causar problemas financeiros.

7. Aprenda sobre finanças e investimentos

Hoje em dia, a era do conteúdo digital oferece uma vasta gama de materiais sobre planejamento financeiro, finanças pessoais e investimentos. Por isso, é fácil encontrar profissionais que lhe darão dicas e conselhos sobre como economizar e investir o seu dinheiro. 

Apesar da grande oferta de fontes de aprendizado, pouca gente vai atrás deste conhecimento. Segundo o SPC e a CNDL, somente 31% das pessoas procuram a orientação de especialistas em gestão financeira. Fazer parte desta estatística é um risco para o seu dinheiro e bem estar a médio e longo prazo, o que prejudicará a sua qualidade de vida.

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