Colunista Moacir Saraiva: “Pandemia do Ódio”

O mundo está vivendo sob a égide de uma máscara contra um inimigo, atestado e confirmado como mortal, presente em todos os rincões do planeta. Muitos povos se unem ao emergir um problema de tamanha monta; diferenças de credos são deixadas de lado, convicções políticas também são hibernadas, até em guerras se estabelecem uma trégua, pois todos se voltam para o enfrentamento do mal que atinge às pessoas todas, afinal, o que está em jogo é a vida.

A classe política brasileira, não satisfeita com o mal que se abate sobre nós, cria uma pandemia paralela e isso está dividindo esforços, portanto, enfraquecendo o combate ao inimigo maior. Os políticos criam, a imprensa reverbera e o povo, nas redes sociais, se engalfinha.

Temos de ter a consciência de que no meio político anjos não existem, pelas ações que se veem, ao longo de muitos anos, no Brasil, eles estão muito mais vislumbrados com antianjos e por estes incorporados. Percebemos que o fruto do labor político, na sua maioria, é o aumento da riqueza dos agentes políticos; os ricos mais ricos, os pobres mais pobres e a violência aumentando, deixando o Brasil como um dos mais violentos do mundo. A corrupção está presente no poder central, em todas as unidades da federação e em todos os municípios, cuja marca comum, nesses atos de roubo do erário, é o envolvimento de políticos desde “soldados” eleitorais até presidentes da república.

Muitos políticos não gostam de normalidade no país, pois nesse clima eles não tiram proveitos, nem políticos nem financeiros ou os dois ao mesmo tempo. Em um período recente, o Brasil fez de tudo para sediar a copa do mundo e as olimpíadas, e conseguiu. Para isso, obras faraônicas foram construídas. Após a realização e ainda durante a construção dessas obras, a justiça denunciou, provando em alguns casos, como alguns políticos lucraram indevidamente com estas grandes obras, atitudes próprias de quem entra na política não com o objetivo de servir, mas de “se arrumar” conforme preconizava o personagem Justo Veríssimo.

No momento, estamos vivendo uma pandemia provocada pelo Coronavírus e que instalou no mundo um caos. O Brasil também está vivenciando essa pandemia, enquanto isso muitos políticos buscam se projetar em nome da morte de milhares, em nome da quebradeira de muitas empresas, em nome do desemprego de milhões de brasileiros, em nome da desarrumação financeira do país, dos estados e municípios. Muitos deles, pensando apenas nas eleições que estão por vir, criam fatos para diariamente atrair holofotes. Há aqueles que só destilam ódio contra qualquer ideia lançada por um oponente, não ficando presos somente à ideia, mas buscando a todo o custo desqualificar o outro, com adjetivos odiosos. Diante dessas

pendengas, alguns prepostos da imprensa ficam na espreita buscando uma palavra, um olhar ou um gesto que sirva para adubar o ódio lançado pelos políticos a fim de reverberar conforme lhe convém.

As pessoas possuidoras de políticos de estimação se apegam a falas odiosas e as pululam nas redes sociais tentando, a todo custo, convencer amigos ou seguidores de que seu político está com a verdade, seu político de estimação é um anjo e o outro, o satanás.

O país sem estrutura de saúde, sem educação, sem saneamento básico, fruto da falta de vontade política aliada à incompetência e à malversação do dinheiro público, enquanto isso, o povo trabalhador brasileiro segue lutando contra vários inimigos que espreitam nossos lares. Lamentamos o momento vivido e a história do Brasil registrará este, como um dos momentos mais vergonhosos vividos pelo o povo brasileiro.

 

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