Colunista Joice Vancoppenolle: “Y Viva España”

A Espanha é um país deslumbrante, de riquíssimas tradições culturais e gastronômicas. Ela é vice-campeã mundial de turismo, só recebendo menos visitantes que a França. É importante saber que a Espanha é o terceiro país com altitude média mais alta da Europa. Os 600 m de altitude só são superados pela Suíça e pela Áustria, ambas situadas nos Alpes.

O panorama vinícola espanhol pode ser resumido a três zonas principais. A Norte responde pela maioria esmagadora dos vinhos de mesa de alta qualidade e dos espumantes Cavas. Da Central origina-se grande parte dos vinhos de mesa do país, geralmente bem alcoólicos, muitos deles vendidos a granel. Finalmente, o Sul é a região dos reputados vinhos generosos de Jerez, Málaga e Montila-Morilles.

As principais regiões espanholas produtoras de vinho de mesa são: Rioja, Ribera del Duero, Priorato, Penedès, Costers del Segre, Conca de Barberà, Toro, entre outras.

Vou explicar um pouco sobre as regiões mais conhecidas que são as duas primeiras do parágrafo acima.

Os vinhos tintos da Rioja são elaborados principalmente com as uvas Garnacha e Tempranillo e geralmente são maturados em carvalho americano. O resultado é um vinho com sabor acentuado de uma mistura de frutas vermelhas, carvalho tostado e baunilha.

O aroma de baunilha que emana das taças dos tintos de Rioja é proveniente do tempo em que ele permaneceu guardado em carvalho americano antes de ser engarrafado. Alguns produtores estão atualmente usando barricas de carvalho francês, durante o processo de maturação do vinho, o que resulta em um vinho com perfume mais acentuado de especiarias como pimenta-do-reino.

Um tesouro dessa região é um vinho denominado Hiru Tres Racinos, da bodega Luis Cañas. Trata-se de um vinho tinto muito concentrado elaborado com uvas de videiras de 80 anos que produzem somente três cachos de uvas cada. Videiras

antigas produzem vinhos mais complexos e baixa produtividade, o que significa concentração e preço elevado, no entanto, um produto sensacional.

Os vinhos brancos tradicionais de Rioja são difíceis de serem encontrados e oferecem um estilo que você ama ou odeia, devido a um caráter ligeiramente oxidado, que é intencional. Para um protótipo, experimente o Marqués de Murrieta Blanco Reserva. Ele é elaborado com a uva Viura e maturado em carvalho americano por quase dois anos. O resultado é um vinho encorpado, seco, com cor intensa e sabor de damascos maduros, caramelo, baunilha e castanhas. Experimentei-o pela primeira vez num passeio que fiz a Barcelona em 2000 e confesso que me apaixonei.

Oposto ao estilo descrito acima é o Blanco Seco do Marqués de Cáceres. Também elaborado com as uvas Viura, ele é um vinho moderno, fresco, frutado, mais leve e relativamente acessível. Geralmente, os vinhos da Bodega Marqués de Cáceres são vinhos modernos com menos carvalho do que os das adegas mais tradicionais. A região da Ribera del Duero é o abrigo de alguns dos vinhos tintos de grande estilo da Espanha no momento. Produtores de qualidade para procurarmos incluem: Vega Sicília, Bodegas Pesquera, Bodegas Ismael Arroyo e Domino de Pingus.

O vinho mais importante da Vega Sicília é o ÚNICO, considerado um dos melhores vinhos da Espanha nos dias atuais. O ÚNICO é liberado para venda depois de 10 anos de envelhecimento em carvalho e na garrafa, e é um vinho produzido apenas nos melhores anos. Ele é elaborado principalmente com a Tinto Fino – varietal local da TEMPRANILLO na Ribera Del Duero – com pequenas proporções da Cabernet Sauvignon, da Merlot e da Malbec.

A região de Ribera del Duero produz vinho branco, mas ele é raramente exportado.

Joice Vancoppenolle

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