Cenário observado em rios do Pantanal é semelhante aos anos mais secos da história, alerta SGB

Norama é apresentado no Boletim Extraordinário com Prognóstico de Médio Prazo da Bacia do Rio Paraguai, elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB)

 


Níveis estão abaixo do esperado para o período (Foto: Prefeitura Municipal de Corumbá (MT)/Divulgação)


A Bacia do Rio Paraguai, que engloba o bioma Pantanal, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enfrenta um cenário preocupante, de acordo com análise do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Devido ao déficit de chuvas nesta estação chuvosa, os níveis dos rios seguem abaixo da média histórica na calha principal e nos afluentes. As estações – com série histórica mais longa – Ladário (MS) e Porto Murtinho (MS) registram cotas de 84 cm e 2,12 m, respectivamente, o que é aproximadamente 1,30 m e 1,50 m abaixo do esperado para este período do ano.

As informações de monitoramento realizado pelo SGB estão disponíveis no Boletim Extraordinário com Prognóstico de Médio Prazo da Bacia do Rio Paraguai e foram apresentados na Reunião de Avaliação do Período Chuvoso na Bacia do Rio Paraguai (Pantanal), realizada na segunda-feira (26).

 

(Fonte: SGB)


Segundo o pesquisador em geociências Marcus Suassuna, as condições observadas e os prognósticos estão semelhantes ao que foi observado nos anos mais críticos do histórico em termos de secas. “Caso as chuvas nos meses de março a setembro ocorram dentro da média, o cenário irá se aproximar da seca de 2020, ano que o Pantanal enfrentou uma seca severa e registrou na estação de Ladário a cota mínima de -0,32 m. Já se as chuvas ocorram abaixo da normalidade nos próximos meses, cenários mais críticos poderão ser observados”, explicou.

Os modelos de previsão sazonal emitidos por diversas agências internacionais indicam que não há perspectivas de chuva acima da média até o restante da estação chuvosa, em setembro. Desde outubro do ano passado, o acumulado de chuvas está em 450 mm, sendo que a média é de aproximadamente 1.100 mm. “Se chover dentro da média entre março e setembro, o total pluviométrico ao final do ano hidrológico será da ordem de 830 mm, muito semelhante ao observado em 2020”, complementa o pesquisador.

Projeções baseadas em registros históricos de anos semelhantes ao que vem sendo observado neste ano de 2024 sugerem que o Rio Paraguai em Ladário (MS), por exemplo, pode alcançar a cota máxima anual em torno de 1,50 m no pico da cheia, em junho. “Sendo assim, seria um ano sem uma enchente, o que ocorre quando o rio ultrapassa a cota de 4,0 m, considerada pela população local. Esse mesmo cenário indica que o rio pode se aproximar da cota de -30 na época no pico da vazante”, relatou Suassuna. As projeções são baseadas em anos historicamente semelhantes e não em modelos de previsão hidroclimática.

Entretanto, se as chuvas ficarem abaixo da média nos próximos meses, será possível observar cenários semelhantes aos de 1964, 1971 ou 2021 ao final do período de vazante deste ano, anos de secas históricas e prolongadas, com níveis mais baixos do que o observado em 2020.

 

(Fonte: SGB)


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