Câncer de próstata é o tipo que mata mais homens na Bahia
por Maria Del Carmen
Dados da Secretaria de Saúde do Estado revelam que o câncer de próstata é o que representa percentualmente o maior número de mortes na Bahia em decorrência das neoplasias malignas (câncer). Apesar disso, as estatísticas demonstram ainda que, de 2014 a 2019, houve redução de mais de 70% das internações e óbitos devido à doença. Outros dados nacionais, do Ministério da Saúde, mostram que o câncer de próstata é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas, chegando a ser a matar um homem a cada 38 minutos, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O urologista habilitado em Cirurgia Robótica, Dr. Frederico Mascarenhas, explica como identificar os principais sintomas da doença. “É preciso ficar atento pois, na fase inicial, o câncer de próstata cresce lentamente e não demonstra sintomas, enquanto tumores em fase avançada podem apresentar-se com dor (devido a metástases ósseas), vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou no sêmen”, explica o especialista.
A doença é confirmada após fazer a biópsia da próstata, que é indicada ao se encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, solicitados na consulta de rastreamento anual por um médico especialista. “Nesse exame (biópsia) são retirados pequenos fragmentos da próstata que serão analisados em laboratório”, afirma Dr. Frederico Mascarenhas.
O urologista ainda explica como é possível tratar este tipo de câncer. “A única maneira de garantir a cura é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos que tenham histórico familiar de câncer de próstata ou obesidade, ou 50 anos sem estes fatores, precisam ir ao urologista para conversar sobre o exame”, orienta o médico.
Quanto ao tratamento, Dr. Frederico Mascarenhas afirma que vai depender de vários aspectos, como tamanho, classificação do tumor e idade do paciente. “O principal tratamento é a cirurgia ou radioterapia, que pode ser feito com o intuito de cura, ou a terapia hormonal, nos casos de doenças mais avançadas”. Ele informa que, no caso de pacientes idosos ou pacientes com tumores de evolução lenta, há ainda uma opção que é o acompanhamento clínico menos invasivo, chamado de vigilância ativa.
Para ele, em caso de tratamento cirúrgico para câncer de próstata, a cirurgia robótica é, hoje, a melhor opção para o paciente. Através do robô, o médico realiza a cirurgia de Prostatectomia radical, que é a retirada total da próstata. “A impotência sexual é um dos maiores medos dos pacientes que têm indicação de cirurgia para tratar o câncer de próstata. Nas cirurgias convencionais (abertas), esse risco é mais elevado, porém com a cirurgia robótica pode ser evitada em aproximadamente 86% dos homens”, compara.
Entenda o que é o câncer de próstata:
A próstata é uma glândula presente apenas nos homens, localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra (canal por onde passa a urina). A próstata não é responsável pela ereção nem pelo orgasmo. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides. Em homens jovens, a próstata possui o tamanho de uma ameixa, mas seu tamanho aumenta com o avançar da idade.
Câncer de próstata é o tumor que afeta a próstata, e é o câncer mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto.
Dr. Frederico Mascarenhas é Chefe do Serviço de Urologia do Hospital São Rafael, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia, habilitado em Cirurgia Robótica.
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