IBGE-BA: Pessoas com deficiência são 1 em cada 10 baianas/os, têm 3 vezes a taxa de analfabetismo, 1/2 do nível de ocupação e 3/4 do salário das sem deficiência


Pessoas com deficiência são 1 em cada 10 baianas/os, têm 3 vezes a taxa de analfabetismo, 1/2 do nível de ocupação e 3/4 do salário das sem deficiência

** Na Bahia, 1,524 milhão de pessoas de 2 anos ou mais, 10,4% da população desse grupo etário, tinham alguma deficiência em 2022, 3º maior contingente e 5a maior proporção do país;

** Tipo de dificuldade funcional mais informada na Bahia era para andar ou subir degraus, que afetava quase 4 em cada 10 pessoas com deficiência (37,3%). Em seguida vinha a dificuldade para enxergar, relatada por 36,0% das pessoas com deficiência;

** Taxa de analfabetismo das pessoas com deficiência na Bahia (29,4%) era mais que o triplo da verificada entre as pessoas sem deficiência (8,2%);

** Das pessoas acima de 25 anos com deficiência na Bahia, 67,6% não completaram o Ensino Fundamental e apenas 24,0% têm o Ensino Básico obrigatório (ensinos Fundamental e Médio concluídos), frente a 39,3% e 49,2% das pessoas sem deficiência, respectivamente;

** Proporção de pessoas com deficiência que trabalhavam, ou nível da ocupação, era 24,7%, menos da metade da verificada entre as pessoas sem deficiência (52,9%), na Bahia;

** Rendimento do trabalho das pessoas com deficiência no estado (R$ 1.306) equivalia a 3/4 (isto é, era 25,6% menor) do recebido pelas pessoas sem deficiência (R$ 1.756);

** Essas e outras informações constam do módulo de Pessoas com Deficiência, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), investigado pela primeira vez, no terceiro trimestre de 2022.

Em 2022, na Bahia, 1,524 milhão de pessoas acima de 2 anos de idade tinham alguma deficiência, o que representava 10,4% da população. O estado tinha a 5a maior proporção de pessoas com deficiência no país, atrás de outros quatro da região Nordeste: Sergipe (12,1%), Ceará (10,9%), Piauí (10,8%) e Alagoas (10,5%). Nacionalmente, 8,9% da população de 2 anos ou mais tinham alguma deficiência.

Em números absolutos, a Bahia, estado com a 4a maior população total do país, tinha o 3o maior contingente de pessoas com deficiência, atrás apenas de São Paulo (3,609 milhões) e Minas Gerais (1,876 milhão). No Brasil como um todo, 18,580 milhões de habitantes possuíam alguma deficiência em 2022.

No estado, assim como ocorria nacionalmente, a proporção de pessoas com deficiência aumentava de acordo com a idade: enquanto 3,0% da população baiana entre 2 e 9 anos possuíam alguma deficiência, o percentual passava da metade na população acima de 80 anos (54,1%). Também por isso, a ocorrência de alguma deficiência era maior nos grupos populacionais mais longevos.

Na Bahia, 6 em cada 10 pessoas com deficiência eram mulheres (59,1% ou 900 mil), enquanto os homens representavam 40,9% do total (623 mil). Além disso, enquanto a proporção de pessoas com deficiência no total da população era idêntica entre pretos (9,9%) e pardos (9,9%), os brancos apresentavam um índice maior (12,1%).

Na Bahia, 4 em cada 10 pessoas com deficiência (39,2% ou 598 mil) informaram ter dois ou mais tipos de dificuldades funcionais.

A dificuldade funcional mais relatada no estado foi para andar ou subir degraus, que afetava quase 4 em cada 10 pessoas com deficiência (37,3% do total, ou 568 mil pessoas). Na sequência, veio a dificuldade para enxergar, mesmo usando óculos ou lente de contato (549 mil ou 36,0% do total) e a dificuldade para aprender, lembrar-se das coisas ou se concentrar (462 mil ou 30,3%).

A tabela a seguir mostra os tipos de dificuldade informados pelas pessoas com deficiência na Bahia. A soma das proporções dá mais de 100% porque uma mesma pessoa pode ter mais de uma dificuldade e, por isso, contar mais de uma vez.

Taxa de analfabetismo das pessoas com deficiência na Bahia (29,4%) é mais que o triplo daquelas sem deficiência (8,2%)

Na Bahia, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade com alguma deficiência era de 29,4% em 2022. Era o 8º maior índice do país e bem superior ao nacional (19,5%). Além disso, a taxa de analfabetismo das pessoas com deficiência na Bahia equivalia a 3,6 vezes a das pessoas sem deficiência (8,2%).

Mesmo que soubessem ler e escrever, as pessoas com deficiência apresentavam escolaridade, em média, bem inferior à das que não tinham deficiência.

Quase 7 em cada 10 pessoas de 25 anos ou mais de idade com deficiência na Bahia (67,6%) não haviam completado o Ensino Fundamental e apenas 5,8% delas tinham o Ensino Superior completo. Entre as pessoas sem deficiência, essas proporções eram de 39,3% e 12,9% respectivamente.

Apenas 24,0% da população baiana acima de 25 anos com deficiência havia completado o Ensino Básico obrigatório, que vai até o Nível Médio. Entre as pessoas sem deficiência, essa proporção mais que dobrava e ia a 49,2%.

Proporção de pessoas com deficiência que trabalhavam (24,7%) era menos da metade das pessoas sem deficiência (52,9%), na Bahia

Das 1,441 milhão de pessoas acima de 14 anos com deficiência na Bahia, apenas 28,6% (412 mil) declaravam estar na força de trabalho em 2022, ou seja, estavam trabalhando (ocupadas) ou procurando trabalho (desocupadas). Entre as pessoas sem deficiência, a proporção mais que dobrava e chegava a 62,4%.

Assim, o nível da ocupação (proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que trabalhavam) das pessoas com deficiência, na Bahia, era de 24,7%. Além de menor do que o indicador nacional (26,6%), era menos da metade do percentual de trabalhadores entre as pessoas sem deficiência (52,9%).

Entre as mulheres com deficiência, a proporção de trabalhadoras era ainda menor (21,1%), a metade da verificada entre as mulheres sem deficiência no estado (42,3%). O nível de ocupação dos homens com deficiência era de 30,0%, menos da metade do verificado para homens sem deficiência (63,9%).

Entre as pessoas com deficiência e Ensino Superior completo na Bahia, o nível de ocupação subia significativamente, para 46,2%, mas ainda se mantinha muito distante do verificado entre as pessoas sem deficiência e a mesma instrução, que tinham um nível da ocupação de 77,4%.

Por sua vez, a taxa de informalidade (proporção de pessoas em trabalhos informais dentre todas as que estavam ocupadas) de quem tinha alguma deficiência, na Bahia, atingia 65,1%, acima do indicador nacional para essa população (55,0%) e bem maior do que a das pessoas sem deficiência no estado (52,6%).

Rendimento do trabalho das pessoas com deficiência na Bahia é 25,6% menor do que o das pessoas sem deficiência

Além de serem menos presentes no mercado de trabalho, quando conseguiam uma ocupação, as pessoas com deficiência ganhavam, em média, bem menos do que aquelas sem deficiência.

Na Bahia, o rendimento médio mensal habitualmente recebido em todos os trabalhos por uma pessoa com deficiência era de R$ 1.306, em 2022, o 4º menor do país e 31,7% abaixo da média nacional das pessoas com deficiência (R$ 1.913).

Além disso, no estado, o rendimento médio de trabalho de uma pessoa com deficiência equivalia a 3/4 (era 25,6% menor) do recebido por uma pessoa sem deficiência, que era de R$ 1.756.

Essa desigualdade era ainda mais profunda entre as mulheres. Na Bahia, um homem com deficiência recebia, em média, R$ 1.530, 15,1% a menos do que um homem sem deficiência (R$ 1.803). Já uma mulher com deficiência recebia R$ 1.085, 35,6% a menos do que uma mulher sem deficiência (R$ 1.685).

 Agência IBGE Notícias.

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