Após enfrentar desafios na pandemia, setor de saúde privada passa por bom momento no país

Mercado vem registrando números crescentes de novos beneficiários e de fusões e aquisições de operadoras privadas
 


QFoto: Pedro Vilela/Getty Image


O mercado de saúde privada no Brasil vem apresentando sinais de reaquecimento ao longo dos últimos meses. Após diversos desafios enfrentados durante a pandemia de covid-19, como o aumento das despesas e o reajuste do preço de materiais hospitalares e dos medicamentos, as empresas do setor vêm indicando índices positivos e passando por transformações em suas estruturas. Um estudo publicado na BMC Health Services Research, revista internacional que é referência em artigos científicos sobre serviços de saúde, revelou que o número de fusões e aquisições, tanto de operadoras menores quanto de grandes instituições de saúde, tem crescido.

Para o especialista em fusões e aquisições de empresas, diretor da Finance Capital Private Equity, Heder Bragança, esse cenário pode indicar uma nova tendência do mercado. “Tenho visto planos de saúde pequenos, locais, que fizeram aquisições de outros planos de saúde para se tornarem maiores e mais relevantes com um ticket médio atrativo ao paciente. Isso mostra um processo de entrada das classes B e C no mercado privado. Um forte exemplo é a Hapvida que, no primeiro trimestre deste ano, atingiu um aumento de 63,5% no faturamento em relação ao mesmo período em 2022. Portanto, percebemos a base da pirâmide econômica consumindo saúde no mercado privado, e isso me parece sólido para os próximos anos”, concluiu.

Além da chegada de novos pacientes aos planos de saúde, Heder destaca também a importância do controle da pandemia. “Com o controle dos custos e a volta de pacientes eletivos ao cuidado hospitalar, o mercado de saúde foi reaquecido. Vimos com os resultados dos grandes grupos uma retomada do mercado como um todo. Os fatores principais foram o controle da pandemia, aumento de vidas em plano de saúde e a volta de atendimentos eletivos”, disse.

Em julho de 2023, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou mais de 50,7 milhões de usuários em planos de assistência médica. Em um ano, quase 1 milhão de novos beneficiários entraram para o setor. Já no comparativo de julho com junho de 2023, o crescimento foi de 99.456 usuários. Atualmente, a ANS contabiliza mais de 1,1 mil operadoras com registro ativo no país.
 

Telemedicina

Outro fator apontado pelo especialista foi a chegada da chamada saúde digital, que sofreu um boom durante a pandemia. Consultas virtuais e aplicativos de saúde tornaram-se parte integrante da jornada do paciente, oferecendo conveniência e acesso rápido a profissionais. A saúde digital também incluiu o uso de dados e análises avançadas para melhorar diagnósticos, tratamentos e prevenção de doenças, além de ter um ticket médio baixo. Em linhas gerais, foca-se na consulta, porém, em forma de parceria, oferece desconto em exames e medicamentos em rede credenciada.

“Isso de uma forma geral reaquece o mercado de saúde, pois muitas empresas que não ofereciam nenhum tipo de benefício de saúde, passaram a oferecê-los. O que também se estende ao colaborador e seus familiares”, concluiu Heder.

Fonte: Finance Capital Private Equity

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