Anos bissextos: por que eles existem

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Este ano que começou vai durar 366 dias e vez dos habituais 365. Será um ano bissexto.

A cada quatro anos temos esta anomalia nos nossos calendários, mas por que ela existe e desde quando?

Para responder a essas perguntas devemos voltar à Roma antiga, há mais de dois milênios, quando se descobriu que o calendário não estava totalmente alinhado com o ano solar.

Foi o imperador Júlio César quem pediu ao astrônomo alexandrino Sosígenes que o ajudasse a criar uma alternativa ao calendário romano mais adaptada à realidade e à rotação da Terra.

Nosso planeta não leva apenas 365 para dar uma volta ao redor do Sol, mas sim 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 56 segundos.

Por isso, Sosígenes propôs um calendário extremamente similiar ao dos egípcios, que tinha 365 dias com um dia adicional a cada quatro anos para se alinhar com o ano solar.

Assim nasceu o calendário juliano, batizado em homenagem ao imperador.

Os anos bissextos são uma ideia de Júlio César, mas o calendário dele não é o que usamos atualmente — Foto: Getty Images/BBC

Os anos bissextos são uma ideia de Júlio César, mas o calendário dele não é o que usamos atualmente — Foto: Getty Images/BBC

Porém, esse sistema também tinha pequenos erros e foi sendo progressivamente substituído pelo calendário gregoriano a partir de 1582. É esse o calendário que nos rege hoje.

Como o calendário juliano exigia um dia adicional a cada quatro anos, os romanos decidiram que esse dia seria em fevereiro, que na época era o último mês do ano.

O nome bissexto vem do latim “ante diem bis sextum Kalendas Martias” (“o sexto dia antes das Calendas de Março”), ou seja, o dia 24 de fevereiro. Como a frase era longa, acabou resumida para “bis sextus”, que em português virou bissexto.

Anos depois, o papa Gregório 13 decidiu com, uma bula papal, aperfeiçoar o calendário.

Uma das mudanças foi que o dia adicional dos anos bissextos seria o 29 de fevereiro, e não o 24, definido pelo calendário juliano.

O ano de 2100 deveria ser bissexto, mas não será — Foto: Getty Images/BBCO ano de 2100 deveria ser bissexto, mas não será — Foto: Getty Images/BBC

O ano de 2100 deveria ser bissexto, mas não será — Foto: Getty Images/BBC

Uma solução matemática

Assessorado pelo astrônomo jesuíta Christopher Clavius, o papa também estabeleceu que o dia seguinte a 4 de outubro de 1582 seria 15 de outubro, uma supressão de dez dias que ajudaria a resolver o desalinhamento com o ano solar.

E, para que esse desajuste não voltasse a ocorrer, criou-se um sistema de exceções aos anos bissextos.

Não seriam bissextos os anos múltiplos de cem, a menos que também sejam múltiplos de 400. Por essa razão não foram bissextos o ano de 1800 nem 1900, embora tenha sido bissexto o ano 2000.

Por esse mesmo motivo, os anos de 2100 e de 2200 não serão bissextos. *G1

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