Água, sombra e tosa: cães precisam de atenção especial durante o verão; confira dicas de veterinários


O verão baiano atingiu a temperatura de 32 ºC, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Se para os humanos isso reforça a necessidade de hidratação, outros cuidados devem ser tomados com os cachorros, que acumulam problemas de saúde quando expostos às altas temperaturas.

O g1 conversou com tutores de pets e especialistas para entender: afinal de contas, qual o caminho seguro para curtir a estação mais quente do ano?

Passeios demorados, longa exposição ao sol e pouco consumo de água são alguns fatores que contribuem para que os cães apresentem problemas respiratórios e até desidratação. Para os tutores, o melhor caminho é a prevenção para evitar sustos, como foi o caso do buldogue francês Apollo, de apenas três anos.

Apollo era um filhote quando, durante o verão, teve quadros de hipertermia, condição relacionada ao aumento excessivo da temperatura corporal e que acontece quando o animal é submetido a temperaturas elevadas.

O buldogue francês Apollo, de três anos, costuma ter dificuldades respiratórias no verão. — Foto: Emilie Paranhos

O buldogue francês Apollo, de três anos, costuma ter dificuldades respiratórias no verão. — Foto: Emilie Paranhos

A tutora do cão, Emilie Paranhos, conta que se assustou quando presenciou os sintomas pela primeira vez. A língua ficou em tom roxeado e Apollo estava ofegante, com um barulho de ronco muito alto na respiração

“No mês que ele chegou, fomos a uma pracinha e ele mal aguentou 10 minutos brincando. E olha que já era final do dia!”, afirma.

A veterinária Beatriz Pitanga explica que a hipertermia pode desencadear outros problemas de saúde e até causar a morte do cachorro. Entre os problemas estão dificuldade respiratória, desmaios, salivação excessiva, vômitos, convulsão, perda de consciência e problemas cardíacos que podem culminar em parada cardíaca.

Por isso, durante os meses desta estação, a profissional reforça que cuidados especiais devem ser tomados para garantir a saúde e o bem-estar dos cachorros.

No caso de cães de raças braquicefálicas, como é o caso do pug, shih tzu e buldogue francês, a atenção deve ser ainda maior. Essas raças possuem focinhos achatados que dificultam ainda mais a respiração.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia e veterinário clínico de pequenos animais, José Eduardo Ungar, afirma que o número de casos de cães com problemas respiratórios cresce no verão. Casos de óbitos por exposição ao calor também são frequentes.

“Trabalho com necropsia e já recebi mais de 20 cachorros que morreram por causa do calor. Muitos deles estavam na praia”, afirma.

Segundo o veterinário, cachorros com dificuldades respiratórias apresentam respiração exageradamente rápida e barulhenta.

“O animal fica inquieto, busca lugares mais frescos e deita no chão para perder o calor. Nesses casos, eles também podem ter um excesso de salivação”, explica.

Quando se comportam dessa forma, os tutores devem levá-los para um lugar bem ventilado e oferecer água gelada. Em casos mais extremos, pode-se utilizar toalhas com tecido leve e molhado no corpo do cão.

A veterinária Beatriz Pitanga reforça que se o animal não responder aos estímulos, deve ser levado ao veterinário com urgência.

“A depender de quanto o animal foi exposto ao calor, ele não conseguirá reagir e nem beber água. Nesses casos, o veterinário é essencial”, pontua.

No verão, Luma se refresca no mar e na piscina — Foto: Fernanda Cardoso

No verão, Luma se refresca no mar e na piscina — Foto: Fernanda Cardosohttps://85e26dc6a6f35f4538f21cc52ab4ffe5.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

A estudante de direito Fernanda Cardoso sempre ficou atenta aos sinais de Luma, golden retriever de três anos e dez meses. No verão, o local preferido da pet é dentro da água.

“Quando vamos à casa de praia, Luma costuma sentir mais calor e fica ofegante. Deixamos ela entrar na piscina, no mar e damos banho de mangueira para refrescar”, contou.

Além do cuidado especial com a respiração, outro tópico merece destaque: evitar as queimaduras. A veterinária Beatriz Pitanga reforça que andar com os pets em horários extremamente quentes pode machucar as patinhas.

“Entre 10h e 16h o calor é muito forte. Animais podem ter queimaduras nas patas devido ao asfalto quente”, explica.

No verão, a especialista aconselha que o tutor passe protetor solar canino nas áreas em que o pet tem poucos pelos, como focinho, orelhas e barriga.

Dicas para preservar a saúde dos cães no verão

  • Passeie com o pet em horários mais frescos, como no início da manhã e no final da tarde;
  • Se for à praia, opte por horários mais frescos e coloque o cachorro na sombra;
  • Nos passeios, sempre leve um recipiente com água gelada e ofereça para o cão caso ele aparente cansaço;
  • Em casa, sempre mantenha um recipiente com água gelada ao alcance do pet;
  • Em dias muito quentes, ofereça gelos de frutas, como melancia;
  • Adapte a tosa do pet e diminua a quantidade de pelos em algumas partes do corpo, como nas patinhas e ao redor do focinho;
  • Em dias muito quentes, use borrifadores com água gelada para refrescar o pet. *g1

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