A dança é um remédio natural que pode auxiliar no tratamento da depressão

Para especialistas, a constância dessa atividade tão prazerosa pode ser a dose diária de bem-estar para os pacientes

Uma das atividades físicas mais completas, por trabalhar corpo, mente e alma, a dança é um instrumento poderoso para a saúde mental. Exige concentração, realização de movimentos, ritmo e controle da respiração. Com a frequência cardíaca aumentada, os neurônios são mais estimulados e o organismo libera substâncias que compõem vias neurais, extremamente importantes para o equilíbrio do corpo.

O neurocirurgião Allan França explica que pacientes com baixa produção de serotonina – hormônio que proporciona calma, tranquilidade e felicidade – precisam de medicamento para regular a taxa e combater a depressão. E a atividade física é uma forte aliada no tratamento, pois, por si só, eleva esses níveis. “É um remédio natural. Quando realizada de forma rotineira, é como se fosse a dose diária de serotonina”, avalia França. Outro hormônio fundamental no tratamento é a dopamina, neurotransmissor que dá a sensação de prazer. Este é produzido durante atividades nas quais se está envolvido emocionalmente. “Quanto mais prazeroso, portanto, mais benefícios. Para quem tem depressão, funciona como recurso terapêutico”.

Professora de dança há 10 anos, Liz Facó revela que já notou grandes diferenças de comportamento nas turmas.  Segundo ela, alunas que ficavam sempre no fundo e mal falavam durante as aulas, foram ganhando autoconfiança e elevando a autoestima, sentindo mais as músicas e os ritmos, sem se preocupar com os outros. “Além de exercitar o corpo, a dança promove a socialização e momentos de lazer. A energia e a alegria que circulam ali tornam altíssima a produção dos hormônios da felicidade”, destacou.

Por conhecer bem os benefícios que dançar traz para quem tem depressão, Liz Facó ministrou aula recentemente em uma clínica de Salvador, em celebração ao Setembro Amarelo. Pensando na inclusão de todos os públicos, o seu Studio vai oferecer turmas especiais para crianças, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção ou que tenham alguma limitação física.

Fotos: Samuel Leite | Café Pixel

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