25% dos casos de infertilidade são causados por Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s)

Foto: Katie Salerno / Pexels/Divulgação / Boa Forma

Especialista adverte para comportamentos de risco frequentes no período das festas de verão e no Carnaval. “Relações sexuais desprotegidas e ter múltiplos parceiros são as principais causas das IST’s. O sexo seguro é a única forma de prevenção. Um jovem que contrai uma infecção sexualmente transmissível no início da sua vida sexual pode ter que conviver com sequelas para o resto da vida”, afirma a médica Gérsia Viana.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 25% dos casos de infertilidade são causados pelas Infecções Sexualmente Transmissíveis*. A OMS também estima que o Brasil deve registrar cerca de 12 milhões de casos novos dessas infecções a cada anoGrave problema de saúde pública, as IST’s são transmitidas, principalmente, por contato sexual sem proteção com uma pessoa que esteja infectada e são causadas por vários agentes etiológicos (infecciosos) como vírus, fungos, protozoários e bactérias.

Segundo a médica Gérsia Viana, especialista em Reprodução Humana e diretora do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva, qualquer pessoa que tenha uma relação sexual sem proteção está exposta às Infecções Sexualmente Transmissíveis. A médica adverte sobre os comportamentos de risco, como o sexo sem proteção e a multiplicidade de parceiros, associados a fatores como consumo excessivo de bebida alcoólica e uso de drogas.

“O período das festas de verão e do Carnaval acende um alerta para o aumento da incidência dessas infecções, mas é importante ressaltar que a prevenção deve ocorrer o ano todo e o uso de camisinha ainda é a melhor forma de prevenir não apenas essas doenças e suas complicações, mas também uma gravidez indesejada”, destaca Gérsia Viana.

No Brasil, a incidência das IST’s em jovens tem avançado consideravelmente nos últimos anos. “Os jovens estão deixando de usar camisinha e esse comportamento de risco é um dos grandes responsáveis pela alta incidência dessas doenças”, explica a médica. “Um jovem que contrai uma infecção sexualmente transmissível no início da sua vida sexual pode ter que conviver com sequelas para o resto da vida”, acrescenta.  Segundo dadosdo Ministério da Saúde 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais.

A maioria das IST’s tem cura, mas um dos agravantes dessas doenças é que, muitas vezes, elas não se manifestam. A pessoa pode estar infectada e ser um portador assintomático, se tornando um transmissor da doença que poderá evoluir até causar danos maiores.  

IST’s e Infertilidade

As IST’s podem causar danos no aparelho reprodutor nos dois sexos e levar à infertilidade.Nas mulheres, elas podem provocar obstrução das trompas, impedindo a gravidez pelo processo natural ou causando a gravidez ectópica (gravidez nas trompas). Nos homens, a gonorreia e a clamídia são capazes de causar obstrução dos canais por onde transitam os espermatozoides – os condutos deferentes. 

Além de estarem entre as principais causas da infertilidade, as Infecções Sexualmente Transmissiveis podem desencadear outras complicações sérias como aborto, problemas neurológicos, doenças cardiovasculares,  doenças neonatais e até mesmo o câncer do colo do útero devido à infecção persistente por alguns tipos de HPV, podendo levar à morte. As IST’s, principalmente as que causam feridas, também aumentam o risco de transmissão do vírus HIV / Aids.   

Prevenção

Além do uso do preservativo nas relações sexuais, algumas medidas são essenciais para a saúde reprodutiva. “Realizar exames preventivos de rotina, tomar a vacina contra HPV e evitar múltiplos parceiros e contatos sexuais com pessoas desconhecidas são comportamentos que reduzem o risco de contrair essas doenças”, explica a especialista.

Ao notar qualquer sintoma na região genital, como feridas, bolhas, verrugas, inchaço, secreção, mal cheiro, ardência ou coceira, dor pélvica ou mesmo dor no ato sexual, é importante parar de ter relação sexual e buscar um médico, imediatamente. O parceiro deve ser informado para que faça uma avaliação médica também. O tratamento deve ser realizado simultaneamente pelos parceiros.

*Fonte: SBRA – Associação Brasileira de Reprodução Assistida

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