Paixão por carros antigos

Irineu, colecionador de carros antigos Foto: Mateus Carvalho

Possuir um automóvel é desejo de consumo para muitas pessoas. o sonho do carro 0km, com plásticos nos bancos e aquele cheirinho de carro novo empolga a muitos. Mas há quem prefira algo mais clássico, que marcou uma época ou um período da sua vida. Eles preferem carros antigos, procurando adquirir automóveis idênticos aos que um dia lhe trouxeram boas histórias.

Essa é uma justificativa comum para explicar a paixão por carros antigos. Presidente do clube do carro antigo em Petrolina, Irineu Nobre, conta que o gosto pelo antigomobilismo surgiu na sua infância, quando vendia mercadorias porta a porta com seu pai em uma Kombi.
A partir desse primeiro contato, o prazer cresceu. Hoje, são mais de 20 carros em sua garagem. Uma de suas primeiras aquisições foi uma Kombi, idêntica à que seu pai usava para vender mercadorias porta a porta. Irineu conta que pretende adquirir um Corcel II para compor sua coleção. Foi seu primeiro carro e lhe traz lembranças nostálgicas.

Há também aqueles que mantém uma tradição, por um gosto que um ente familiar tinha e que a nova geração tende a conservar. Como acontece com herança deixada por pais ou avós. Durante a crise financeira dos anos 1980 e 1990, as pessoas compravam carros como forma de investimento. O valor de um carro novo em mãos era maior que o de um mesmo modelo em concessionária. Nas loja, o cliente fazia a compra, mas não levava de imediato, pois as concessionárias demoravam bastante para receber o automóvel, além das variações no valor da moeda nacional. Nessa época, era muito arriscado guardar dinheiro em espécie, então a forma mais segura era investir em bens, conta Irineu.


Clássico dos anos 70, o MP Lafer foi bastante cobiçado na sua época. Este exemplar está em fase final de restauração.

 

É bastante comum que, mesmo após a morte do proprietário, a família não queira se desfazer do veículo, e prefira guardá-lo e manter seu estado de conservação. É uma forma de respeito ao ente querido que guardava bastante apreço por sua relíquia, ou como forma de lembrança, já que a imagem do carro normalmente está ligada ao seu dono.

Com isso, muitos recorrem a restauração desses carros antigos, para obter de volta o estado de 0km, ou apagar as marcas deixadas pelo tempo. Giulliano Ribeiro, dono da oficina de Funilaria e pintura Estrela do Vale, conta que recebe com certa frequência carros antigos para serem restaurados ou receber uma nova pintura. “Recebo carros em diversos estados de conservação, alguns só precisam retocar amassados na lataria e pintar, outros necessitam de um serviço mais completo e maior atenção”. O valor de uma restauração custa, em média, 8 mil reais, caso seja necessário a troca de peças de acabamento, grades e cromados, mas esse valor pode aumentar de acordo com o carro, ano e modelo e o nível da restauração. explica Giulliano. Porém, esse valor excessivo é considerado um investimento, e justificado pelo amor a carros antigos.

A equipe do Entre Relatos entrevistou o colecionador e presidente do Clube de Carros antigos de Petrolina, Irineu Nobre, confira.

Carlos Mateus Carvalho é estudante de Jornalismo em Multimeios, na UNEB

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