Anti-inflamatórios: uso em excesso pode custar a saúde dos rins
Você sabia que o uso excessivo e indiscriminado de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno, diclofenaco e naproxeno, pode colocar os rins em risco? A informação é da médica nefrologista baiana, Manuela Lordelo. “Na prática, esses medicamentos, consumidos para aliviar dores, febres e inflamações, interferem diretamente na circulação sanguínea renal, reduzindo o fluxo de sangue que os rins precisam para funcionar corretamente. A grande questão é que, a longo prazo, ou após o uso contínuo por poucos dias em pessoas predispostas, os efeitos podem ser muito ruins”, explica a médica. Ela acrescenta que, quando há queda de temperatura, pacientes com doença crônica, como GOTA, costumam aumentar a ingestão desse tipo de remédio para aliviar as dores.
A especialista lembra ainda que, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), os anti-inflamatórios estão entre as principais causas de lesão renal aguda medicamentosa. “Essa é uma condição em que os rins perdem a capacidade de filtrar o sangue. Em casos mais graves, o uso prolongado pode desencadear doenças crônicas, como a nefropatia intersticial ou agravar quadros pré-existentes de insuficiência renal. A população costuma acreditar que, por serem vendidos sem receita, esses remédios são inofensivos. No entanto, a automedicação, principalmente em idosos, hipertensos, diabéticos e pacientes com problemas renais, é um grande fator de risco”, alerta a nefrologista Manuela Lordelo.
É importante lembrar ainda que a automedicação, culturalmente comum no Brasil, somada à falta de informação sobre os efeitos colaterais dos anti-inflamatórios, amplia ainda mais o problema, que muitas vezes é silencioso e, quando descoberto, já comprometeu o funcionamento natural dos rins. “Por isso, a recomendação é que as pessoas consultem um médico antes de iniciar qualquer tratamento para dor. Além disso, diante de dores persistentes, o ideal é buscar um médico para investigar a causa, não mascarando os sintomas com remédios”, conclui a nefrologista Manuela Lo