Filme “Malês”, de Antônio Pitanga, é exibido para 850 estudantes do SESI em 13 cidades da Bahia
Estudantes das Escolas SESI e EJA na sessão em Salvador, no Shopping da Bahia. Foto: Antônio Cavalcante/Coperphoto/Sistema FIEB. |
Para 850 estudantes do SESI, de 13 cidades baianas, alunos da Educação Regular (ER) e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a aula foi bem diferente na tarde desta quinta-feira (2). Eles lotaram salas de cinema para o lançamento do filme Malês, dirigido por Antônio Pitanga. Mais que um simples passeio escolar, o momento foi uma verdadeira aula de história e pertencimento, além de uma iniciativa que valoriza o cinema nacional. A ação promovida pelo SESI Cultura Bahia em parceria com a Secretaria da Educação (SEDUC) é um desdobramento do projeto Cine SESI, que homenageou o veterano diretor e tem como objetivo fomentar a permanência da produção nas telonas, especialmente durante a crucial primeira semana de exibição. Para muitos, como o aposentado Liomar Gonçalves Cardeal, de 64 anos, aluno da EJA há cerca de um ano, a experiência foi mais marcante. Com apenas duas idas anteriores ao cinema, Liomar se emocionou com o filme e refletiu sobre a importância do acesso à cultura: “Foi um espelho de coisas que aconteciam com nossos irmãozinhos. Muito triste. Mas é importante. Isso ensina muito, dá cultura, deixa a gente mais inteligente, com mais conhecimento.” Pedreiro aposentado, Liomar decidiu voltar a estudar motivado pelos netos. “Eles vêm com coisas novas, me perguntam, e eu não sabia responder. Então decidi estudar. Agora estou aprendendo muito. Daqui a pouco vou poder conversar de igual para igual com eles”, contou. Para o professor de Ciências Humanas da EJA, Jetro Carmo da Luz, o filme proporcionou uma conexão fundamental entre passado e presente: “Foi superinteressante ver os estudantes reagirem, aplaudirem, se engajarem. Os Malês foram pioneiros na luta por liberdade dos povos negros na Bahia. E essa luta continua.” Ele também traçou um paralelo importante entre a história dos Malês — escravizados letrados que se organizaram em um dos maiores levantes negros do Brasil — e os alunos da EJA: “A leitura deu aos Malês força e engajamento. E é isso que trabalhamos aqui: o poder transformador da educação. Muitos desses alunos perderam a chance de estudar antes, e agora estão retomando esse caminho — por eles, pelas famílias e por uma sociedade mais justa”, afirmou. Reconhecimento na luta ancestral Daniela Guedes, 17, aluna da Escola SESI Retiro, confessou que não tinha conhecimento prévio sobre o Levante dos Malês, mas saiu do cinema impactada.”O filme abriu meus olhos. Mostra a cultura africana, a resistência do povo negro, e como nossa luta ainda não acabou”, avaliou. Já Oniodê Nzumbi, também de 17 anos e aluno do SESI Piatã, refletiu sobre a importância do filme para sua construção identitária: “Como adolescente negro, é gratificante conhecer a história dos meus ancestrais, que lutaram para que hoje eu tenha o que tenho. Saber disso me fortalece.” Cultura como ferramenta de ensino e cidadania Joana Fialho, gerente de Cultura do SESI Bahia, destacou o impacto pedagógico da atividade. “Foi uma aula fora da sala. Eles se identificaram com os personagens, com as dores e lutas mostradas. A cultura provoca reflexão. E o cinema nacional precisa desse apoio”, enfatizou. A mobilização envolveu 13 turmas, distribuídas em 10 cidades da Bahia, com sessões organizadas para acontecer simultaneamente no dia do lançamento oficial do filme. A iniciativa faz parte de uma estratégia para fortalecer a bilheteria do longa durante a primeira semana em cartaz — período considerado crucial para a sua permanência nas salas de cinema. “Colocar 850 alunos no mesmo dia, em 14 salas, foi desafiador, mas essencial para valorizar o cinema nacional e garantir que essa história tão importante continue sendo contada”, reforçou Fialho. Sobre o filme “Malês” Dirigido por Antônio Pitanga, Malês retrata o levante ocorrido em 1835, em Salvador, liderado por negros muçulmanos africanos escravizados, que planejavam derrubar o sistema escravocrata. É um dos episódios mais marcantes da resistência negra no Brasil, e ainda pouco abordado nos currículos escolares e na mídia tradicional. SISTEMA FIEB O Serviço Social da Indústria (SESI) é uma das entidades do SISTEMA FIEB. Sob a liderança da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o Sistema Indústria na Bahia é formado ainda pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB). Essas instituições atuam conjuntamente e de maneira integrada, disponibilizando serviços em áreas relevantes para a sociedade, como educação, saúde, lazer, qualificação profissional, informação especializada, desenvolvimento e inovação tecnológica. A FIEB é uma das 27 federações que integram a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade nacional representativa do setor industrial brasileiro. Saiba mais: Portal FIEB clique aqui Instagram Sistema FIEB clique aqui Portal SESI clique aqui Instagram SESI clique aqui Gerência de Comunicação Integrada Federação das Indústrias do Estado da Bahia – Sistema FIEB ATENDIMENTO À IMPRENSA |