Urologista dá dicas para evitar que seu filho não faça mais xixi na cama

 

Muito comum entre as crianças, o xixi na cama ou enurese acontece durante o sono em crianças com idade igual ou superior a cinco anos. Caracterizado pela eliminação involuntária de urina ao dormir, o problema acomete 5% a 10% das crianças com menos de dez anos de idade, sendo mais comum entre os meninos. De acordo com o urologista habilitado em cirurgia robótica, Dr. Frederico Mascarenhas, a enurese pode ocorrer de duas formas: primária ou secundária. “A enurese primária é identificada em casos em que o paciente nunca apresentou controle da urina durante o período da noite. Já a secundária ocorre quando o paciente não apresentava nenhum histórico do problema e, de forma repentina, passou a apresentar”, explica.

 

Entre os fatores que podem causar este distúrbio, está a diminuição da capacidade de acordar durante o sono, em casos de sono muito profundo, bem como a produção excessiva de urina pelos rins, além da possibilidade de uma bexiga extremamente reativa, que pode expulsar a urina, mesmo com pequenos volumes armazenados.
“A produção da urina ocorre através dos rins, sendo conduzida até a bexiga, onde fica armazenada. Quando ela está completa, envia uma mensagem ao cérebro, sobre a necessidade de urinar. Quando isto não acontece, o problema pode, inclusive, ter caráter hereditário, caso seja observado em outros membros da família”, indicou o especialista. “Quando falamos na enurese secundária, pode existir relação com o estresse, que pode se dar pelo divórcio dos pais, nascimento de um irmão ou dificuldades escolares. Existem ainda outras doenças gerais, que podem induzir o quadro de enurese secundária ou agravar a primária”, acrescenta Dr. Fred.
A aparição de sintomas como a urgência para ir até o banheiro, a frequência aumentada ou menor, bem como as alterações do jato urinário, são alguns dos sinais relacionados à enurese. Nestes casos, o distúrbio requer tratamento especializado e multidisciplinar. Outros sintomas estão relacionados à ansiedade, dificuldades sociais, diminuição da autoestima ou comportamento retraído. Nestes casos, as manifestações ocorrem em consequência da enurese e são revertidas com o tratamento.
No entanto, para controlar tal distúrbio, algumas medidas são importantes, entre elas a orientação para ingerir mais líquidos durante o dia, a cada 2 ou 3 horas, reduzindo a sede no período da noite. “Diferentemente do que se pensa, acordar a criança para ir ao banheiro, bem como suspender líquidos à noite, não são medidas recomendadas. Por outro lado, se torna mais eficaz evitar alimentos com cafeína e ricos em sal durante a noite, a exemplo do refrigerante”, comenta o urologista.
Em geral, a enurese apresenta cura espontânea, com taxa de 15% ao ano. Os tratamentos mais ativos são recomendados apenas após os seis ou sete anos, principalmente, quando sintomas de baixa autoestima estão relacionados. “Podem ser utilizados os alarmes urinários, que ajudam a criança a despertar, quando se inicia a perda de urina, bem como medicamentos que se mostram eficazes neste distúrbio”, aponta o especialista.
Existe ainda a possibilidade de tratamento de outros problemas de saúde, para contribuir com a reversão do cenário de urina na cama, tornando sempre necessária a orientação médica, que realizará o diagnóstico correto e apontará o melhor tratamento em cada caso.

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