População da Bahia deve começar a diminuir em 2035, e, em 2070, estado será o 2º mais envelhecido do país
Foto: Divulgação/ IBGE/ Agência IBGE
População da Bahia deve começar a diminuir em 2035, e, em 2070, estado será o 2º mais envelhecido do país
** Estimada hoje (1º/07/2024) em 14.850.513 pessoas, a população baiana deve chegar a seu ponto máximo em 2034 (14.977.573) e começar a cair em 2035 (para 14.977.058), recuando ano a ano, até chegar a 12.823.350 pessoas em 2070, 13,7% menos do que atualmente;
**A redução da população baiana deverá ocorrer 7 anos antes do que no Brasil como um todo, o que está projetado para 2042. A Bahia deverá ser o 5º estado a iniciar esse processo, depois de Alagoas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Maranhão;
** A queda percentual da população baiana até 2070 (-13,7%) deverá ser a 4ª mais profunda, atrás de Rio Grande do Sul (-18,9%), Alagoas (-17,0%) e Rio de Janeiro (-15,8%). Mesmo assim, a Bahia deverá continuar o 4º estado mais populoso do país;
** Já a partir de 2053, na Bahia, as mulheres de 30 a 34 anos passarão a ter a maior taxa de fecundidade, e, em 2070, o número de nascimentos por ano, no estado, deverá ser 45,2% menor do que o projetado para 2024;
** Até 2070, na Bahia, o número de idosos vai mais que duplicar (+123,8%) e o de crianças e adolescentes cair à metade; 4 em cada 10 pessoas (40,3% da população do estado) terão 60 anos ou mais;
** Em 2070, Bahia deverá ser o 2º estado mais envelhecido do país, só abaixo do Distrito Federal, com 3 vezes mais idosos do que pessoas até 14 anos (352 para cada 100) e uma idade média de 49,7 anos;
** Essas e outras informações são das Projeções das Populações do Brasil e das Unidades da Federação 2000-2070, com data de referência em 1º de julho de cada ano civil.
As projeções levam em conta o histórico das componentes demográficas (nascimentos, mortes e migração) e traçam hipóteses para o futuro. Elas são constantemente monitoradas e periodicamente revistas, para garantir sua máxima aderência à realidade.
Nesta revisão, incorporam os resultados do Censo Demográfico 2022; informações mais recentes dos registros de nascimentos e óbitos; dados preliminares de migração interna, obtidos no Censo 2022; e dados de migração internacional, advindos de registros administrativos.
As projeções têm fundamental importância no cálculo de indicadores sociodemográficos e alimentam as bases de informações de ministérios e secretarias estaduais de diversas áreas, para a implementação de políticas públicas e sua posterior avaliação. São utilizadas, ainda, para a expansão das amostras das pesquisas domiciliares do próprio IBGE, e delas derivam as estimativas municipais anuais de população divulgadas pelo Instituto.
Um baixo crescimento vegetativo (nascimentos menos mortes), que se tornará negativo no médio prazo, e a manutenção de uma migração de saída maior do que a de entrada deverão levará a população da Bahia a começar a diminuir daqui a cerca de dez anos, a partir de 2035. Além disso, a queda da natalidade conjugada ao aumento na longevidade (esperança de vida) farão do estado o 2º mais envelhecido do país, em 2070, atrás apenas do Distrito Federal. Estimada hoje (1º de julho de 2024) em 14.850.513 pessoas, a população baiana deve chegar a seu ponto máximo em 2034 (14.977.573) e se reduzir discretamente no ano seguinte (para 14.977.058 pessoas, em 2035). Daí em diante, a previsão é que recuará ano a ano, até chegar a 12.823.350 pessoas em 2070, horizonte das atuais projeções de população, quando deverá haver 13,7% menos habitantes no estado do que atualmente e 3,0% menos do que em 2000, ano inicial das projeções.
A redução da população na Bahia deverá ocorrer bem antes do que no Brasil como um todo, e o estado deverá ser o 5º a iniciar esse processo. A projeção é que a população brasileira comece a diminuir em 2042 (de 220.425.289 para 220.410.190 pessoas) e chegue, em 2070, a 199.228.708 pessoas, 6,3% a menos do que a estimativa atual, de 212.583.750 habitantes em 2024, mas ainda 14,0% superior à população de 2000.Alagoas e Rio Grande do Sul devem ser os primeiros estados a ter redução de população, já a partir de 2027, seguidos por Rio de Janeiro, em 2028, e Maranhão, em 2034. Das 27 unidades da Federação, só Mato Grosso não tem previsão de queda populacional até 2070. Além dele, Santa Catarina e Roraima (com reduções a partir de 2064), Goiás (a partir de 2056), Amazonas (2054), Mato Grosso do Sul (2053) e Tocantins (2049) ainda deverão ter, em 2070, mais habitantes do que em 2024. São estados em que a natalidade cai mais lentamente e/ou têm saldos migratórios positivos, recebendo mais pessoas de fora.
A queda percentual da população da Bahia até 2070 (-13,7%) deverá ser a 4ª mais profunda, entre os estados, menor apenas do que as de Rio Grande do Sul (-18,9%), Alagoas (-17,0%) e Rio de Janeiro (-15,8%). Mesmo com essa redução, a Bahia deverá se manter, até 2070, como o 4º estado mais populoso do país. Continuará, como hoje, abaixo de São Paulo (que deverá ter queda de 11,5% na população), Minas Gerais (-9,5%) e Rio de Janeiro (-15,8%) e acima do Paraná (-3,0%).
Entre 2024 e 2070, mulheres de 30 a 34 anos passarão a ter a maior taxa de fecundidade, e nº de nascimentos no ano cairá 45,2% na BahiaA queda da natalidade é um dos fatores determinantes para a projeção de redução populacional na Bahia. Entre 2024 e 2070, o estado deverá ter a 3ª maior diminuição absoluta no número de nascimentos, que passará de 166.780 para 91.387, com menos 75.393 crianças nascidas ou uma queda de 45,2%. Apenas São Paulo (-188.128 nascimentos, ou -38,4%) e Minas Gerais (-89.296 nascimentos, ou -39,0%) terão recuos absolutos maiores do que o baiano. No Brasil como um todo, é projetada uma redução de 40,1% no número de nascimentos entre 2024 e 2070, de 2.486.125 para 1.488.161 (-997.964 ). Todas as unidades da Federação deverão ter recuo no total de nascimentos, nesse período.Percentualmente, as reduções mais profundas deverão ocorrer em Amapá (-56,2%), Acre (-56,0%) e Alagoas (-55,7%). No outro extremo, Santa Catarina (-14,9%), Mato Grosso (-15,9%) e Goiás (-27,1%) deverão ter as taxas de recuo menos intensas. A queda baiana, em termos percentuais (-45,2%), deverá ser a 11ª.
O menor número de nascimentos tem relação, entre outros fatores, com o envelhecimento da fecundidade. Entre 2024 e 2070, a previsão é que, na Bahia, a taxa de fecundidade (número médio de filhos tidos) aumente apenas entre as mulheres a partir de 25 anos, e a maior taxa não estará mais no grupo de 25 a 29 anos, passando ao grupo de mulheres de 30 a 34 anos de idade. Essa mudança já deve ocorrer a partir de meados da década de 2050 (2053).A projeção estima que, em 2070, a taxa de fecundidade total na Bahia será de 1,5 filho/a por mulher (150 filhos por cada 100 mulheres), menor, portanto, do que a taxa de reposição, de 2 filhos por mulher. A taxa projetada para 2070 (1,5) é a mesma estimada em 2024, no estado. Já a taxa de fecundidade na faixa de 30 a 34 anos deverá subir de 6,0 filhos por 100 mulheres, em 2024, para 8,7 por 100, em 2070. O segundo maior crescimento na taxa de fecundidade deverá ocorrer na faixa etária seguinte, de 35 a 39 anos, dos atuais 3,8 filhos por 100 mulheres para 6,1 filhos por 100 mulheres, em 2070 – que será terceira taxa de fecundidade mais alta na Bahia As mulheres de 25 a 29 anos deverão ter o terceiro maior crescimento na fecundidade, de 7,2 filhos por 100, em 2024, para 7,8 filhos por 100 mulheres em 2070, ficando com a segunda maior taxa naquele ano.A maior queda de fecundidade, por sua vez, deverá ocorrer entre as mulheres de 15 a 19 anos, de 3,9 filhos por 100 em 2024 para 1 filho/a por 100 em 2070. O segundo recuo mais expressivo ocorrerá na faixa de 20 a 24 anos de idade, dos atuais 6,9 filhos por 100 mulheres para 4,3 por 100, em 2070. Até 2070, na BA,nº de idosos vai mais que duplicar (+123,8%) e o de crianças e adolescentes cair à metade; 4 em cada 10 pessoas terão 60 anos ou maisEntre 2024 e 2070, a projeção é que, na Bahia, diminua o número de pessoas em todas as idades até 53 anos. Só a população a partir de 54 anos deve crescer.Considerando os grandes grupos etários, que representam as diferentes etapas da vida, deverá haver aumento apenas para a população de idosos (60 anos ou mais de idade). A projeção é que ela mais que duplique no estado, passando das atuais 2.310.505 pessoas, em 2024, para 5.171.132 em 2070, num crescimento de 123,8%, que representará mais 2.860.627 idosos, nesse período. O crescimento populacional concentrado nas faixas etárias mais avançadas deverá levar a um significativo aumento também da participação dos idosos na população da Bahia, dos atuais 15,6%, em 2024, para 40,3% em 2070 (ou 4 em cada 10), tornando-se o grupo de idade predominante no estado.Por outro lado, tanto a população de crianças (0 a 11 anos) quanto a de adolescentes (12 a 18 anos) cairão pela metade, na Bahia, até 2070, reduzindo-se, respectivamente em 49,5% e 49,0%. O número de crianças passará de 2.282.468 para 1.153.448 (menos 1.129.020), e o de adolescente diminuirá de 1.475.211 para 752.686 (menos 722.525).
Em 2070, Bahia será o 2º estado mais envelhecido do país, com 3 vezes mais idosos do que pessoas até 14 anos e uma idade média de 49,7 anosO processo de envelhecimento populacional na Bahia deverá ser mais intenso do que no Brasil como um todo e, em 2070, o estado deverá ser, em todos os indicadores, o segundo mais envelhecido do país.Em 2024, projeta-se que a Bahia tenha uma proporção de idosos (15,6%) menor do que o Brasil como um todo (16,1%) e a 9ª entre as 27 unidades da Federação. Em 2070, os 40,3% de idosos no estado deverão superar o índice nacional (37,8%) e se tornar o 2º maior, só abaixo, mas muito próximo, do Distrito Federal (40,4%). Deverá ocorrer o mesmo com o índice de envelhecimento, que mostra o número de pessoas idosas (de 60 anos ou mais) para cada 100 pessoas de até 14 anos de idade. Em 2024, o índice na Bahia é projetado em 79,7 idosos por 100 pessoas até 14 anos, um pouco menor do que o nacional (81,3/100) e o 8º do país. Em 2070, deverá haver, no estado, três vezes mais idosos do que pessoas de até 14 anos de idade: 352,2 para cada 100, frente a 316,2 por 100 no Brasil como um todo. O índice de envelhecimento baiano será o 2º mais elevado, atrás do Distrito Federal (368,4/100).Já a idade média da população baiana, que hoje é projetada em 35,8 anos, bem próxima à nacional (35,9 anos) e a 8ª entre as 27 unidades da Federação, deve chegar, em 2070, a 49,7 anos, distanciando-se, para cima, do Brasil como um todo (48,4 anos) e também se tornando a 2ª mais alta, abaixo apenas, mais uma vez, do Distrito Federal (50,0 anos).O aumento da esperança de vida é um fator importante no envelhecimento da população. Na Bahia, a esperança de vida ao nascer projetada deve aumentar quase 8 anos entre 2024 e 2070, passando de 75,8 para 83,7 anos. O avanço deve ser maior para os homens, de 71,9 para 81,3 anos (mais 9,4 anos) do que para as mulheres, de 79,8 para 86,1 anos (mais 6,3 anos). Assim, embora elas mantenham uma esperança de vida ao nascer maior, a diferença para mais, em relação aos homens, deve diminuir de 7,9 anos em 2024 para 6,3 anos em 2070.No Brasil como um todo, a esperança de vida ao nascer deve aumentar 7,3 anos entre 2024 e 2070, de 76,6 para 83,9 anos, mantendo-se um pouco maior do que a baiana. A Bahia, que tem hoje a 10ª menor esperança de vida ao nascer entre os estados, deverá subir só uma posição no ranking, indo a 11ª mais baixa em 2070.
Outras informações estão disponíveis na Agência IBGE Notícias.
Mariana Viveiros
Seção de Disseminação de Informações
Superintendência Estadual do IBGE na Bahia