Pesquisa do SoU_Ciência revela queda na aceitação da vacina contra Covid

Foto: Jean Victor

Mesmo com todas as evidências da ciência, levantamento mostra divergência da sociedade sobre necessidade e obrigatoriedade dos imunizantes.

Mesmo depois de todas as evidências levantadas pela ciência, é grande a parcela da população brasileira que ainda desconfia da eficácia das vacinas contra a Covid-19, assim como acredita que elas não devam ser obrigatórias ou necessárias na proteção e no combate à pandemia. A constatação é de um estudo realizado pelo centro SoU_Ciência, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ideia Big Data em novembro do ano passado.
 

Ao ouvir 1.200 brasileiros maiores de 16 anos de todas as regiões do Brasil, os pesquisadores constataram que 45,9% dos participantes acreditam que os imunizantes contra a Covid-19 devam ser obrigatórios, enquanto parcela semelhante (46,8%) defendem que eles não sejam compulsórios. Vale lembrar que, no Brasil, pais e responsáveis são obrigados a vacinar menores de idade, sob risco de até perderem aa guarda em cas
 

Para Soraya Smaili, coordenadora do SoU_Ciência, a informação coletada no levantamento preocupa, “já que revela que o fato de considerar o imunizante um direito individual ganhou um pouco mais de espaço, principalmente nos meses finais de 2022, quando, com a diminuição da pandemia, muitas pessoas passaram a ver o coronavírus como algo leve, e isso reduz a percepção do real risco que ainda existe da pandemia”.
 

Em agosto de 2021, uma pesquisa conduzida pelo SoU_Ciência também em conjunto com o Ideia Big Data revelou que 95% das pessoas haviam tomado ou pretendiam tomar as vacinas contra a Covid. “É fundamental a população ter o conhecimento de que foi justamente a vacinação que contribuiu de maneira determinante para essa redução da pandemia”, ressalta a coordenadora do SoU_Ciência.
 

Menos confiança na vacina

O levantamento do SoU_Ciência mostrou também que o grau de confiança na eficácia das vacinas é abaixo do esperado. Para 30% dos entrevistados, os imunizantes ainda não reúnem comprovação científica, o que facilita o cenário para a disseminação de falsas informações de grupos antivacinas, por exemplo.
 

“A pesquisa mostra que 52% dos entrevistados confiam na eficácia das vacinas contra a Covid-19. Esse índice deveria ser maior e revela uma hesitação por parte dos brasileiros em buscar a proteção vacinal. Como solução a esse cenário, é preciso melhorar a comunicação, com mais campanhas sobre o que já se sabe: vacinas comprovadamente salvam. A população precisa entender que a pandemia só arrefeceu em razão da adesão à vacina e que a redução da proteção pode impactar diretamente nessa queda”, destaca Soraya.
 

Por fim, a pesquisa trouxe também outra informação preocupante: enquanto 41% dos entrevistados manifestaram que medicamentos como a cloroquina e a hidroxicloroquina foram absolutamente inúteis no tratamento da Covid-19, 35% dos entrevistados concordaram que esses medicamentos tiveram utilidade no tratamento precoce da infecção, mesmo sem haver evidências científicas que assim comprovassem.
 

A pesquisa conta com 95% de grau de confiança, com margem de erro de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos.

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