No silêncio do Pelourinho, grupo da PM alegra quarentena com música: ‘Refletir o vazio das ruas’

O silêncio provocado pela quarentena foi tomado pelo som da flauta e do saxofone no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. Diante de um cenário de vazio em razão dos cuidados com a pandemia do coronavírus, policiais do Grupo de Teatro da Polícia Militar e da banda Maestro Wanderley trouxeram alegria através da música para quem se resguarda em casa ou no trabalho.

Coordenador do Grupo de Teatro da PM e flautista, o subtenente Rainer Krupp conta que a iniciativa aconteceu de forma espontânea. Um vídeo em que ele toca flauta na sede do Grupo de Teatro da PM da Bahia, no Pelourinho, fez sucesso na internet. Mais apresentações seguiram acontecendo na região, a exemplo da promovida pelo Quarteto de Sax da PM.

“Existe uma seção de artes da polícia que é composta pela banda, grupo de teatro e coral. Não foi programado. Estava estudando essa peça, que é uma fantasia de Telemann para flauta, e o soldado Gabriel teve a ideia da gente filmar na sacada e viralizou. Nós já fazemos trabalhos musicais e de teatro o ano inteiro”, explica Rainer Krupp.

“Maior objetivo é reflexão. É um lugar muito movimentado, e a música, o som da flauta, foi para que as pessoas pudessem sentir e refletir o vazio das ruas com o som mais leve, que não é o som característico do Pelourinho. O Pelourinho é feito de som de tambor. É uma nova visão”, continua Krupp.

O Grupo de Teatro é associado diretamente ao Departamento de Comunicação Social da PM, enquanto que a banda é ligada à Academia de Polícia Militar. As apresentações contam com um repertório variado, que vai de interpretações da música erudita até forró da atualidade.

Com a repercussão positiva da iniciativa, outros bairros de Salvador também podem receber apresentações. A ideia é levar música para lugares que normalmente estão movimentados, mas que, por conta da pandemia, encontram-se em outra realidade.

“Nós estamos gravando outras coisas para divulgar esse trabalho. Estamos com ideia de fazer em outros lugares, outros pontos turísticos, lugares que estariam bem cheios e hoje estão vazios. A princípio, no Centro Histórico”, continua o subtenente.

Diante de um ambiente mais silencioso que o comum, Rainer Krupp não desanima e vê a música como instrumento capaz de ir muito além de qualquer barreira.

“É muito bom. Tocar é sempre bom, independente de quantas pessoas estão vendo. Tocamos para os outros e para nós também. A gente toca para quem vê e quem não vê”.

*G1

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