‘Não vão encontrar nada que comprometa’, diz Bolsonaro após ação de hackers

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (25) que eventuais ações de hackers em seu aparelho celular “não vão encontrar nada que comprometa”. O presidente foi questionado, durante entrevista coletiva em Manaus, sobre o Ministério da Justiça e Segurança Pública ter divulgado que foi comunicado pela Polícia Federal que celulares usados por Bolsonaro foram alvos de invasão dos supostos hackers presos na última terça-feira (23).

“Eu achar que meu telefone não estava sendo monitorado por alguém seria muita infantilidade. Não apenas por eu ser capitão do Exército, conhecedor da questão da inteligência. Sempre tomei cuidado nas informações estratégicas, essas não são passadas via telefone. Então, não estou nenhum um pouco preocupado se porventura algo vazar aqui no meu telefone. Não vão encontrar nada que comprometa. […]. Perderam tempo comigo”, declarou.

Bolsonaro exemplificou discutir apenas pessoalmente, no gabinete, questões tratadas com outros chefes de estado, como “no tocante à Venezuela” e “questões estratégicas para o Brasil”.

A informação sobre a interceptação do aparelho de Bolsonaro foi divulgada pelo governo após a prisão, na última terça-feira (23) pela Polícia Federal, de quatro pessoas na Operação Spoofing, que apura a ação de hackers nos celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, e outras autoridades.

Aparelhos telefônicos do desembargador federal Abel Gomes, do juiz federal Flávio Gomes, do delegado da PF de São Paulo Rafael Fernandes e do delegado da PF em Campinas Flávio Reis também foram interceptados.

Os presos pela PF na terça-feira são Walter Delgatti Neto (conhecido como “Vermelho”), o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, Danilo Cristiano Marques e Suelen Priscila de Oliveira. Todos os homens têm passagem pela polícia.

Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, que faz a defesa do DJ Gustavo Henrique Elias Santos, seu cliente disse em depoimento à Polícia Federal que Delgatti Neto, apontado como o hacker que invadiu os celulares, queria vender ao PT as mensagens que obteve.

Moreira deu as declarações após os depoimentos prestados por Gustavo Santos e por Suelen Priscila de Oliveira na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde estão presos.

PT fala em ‘armação’ contra o partido

Após a divulgação das declarações do advogado, o PT emitiu nota na qual afirma que o inquérito que apura a atuação de supostos hackers para invadir o celular do ministro Sergio Moro (Justiça) se tornou uma “armação” contra o partido. (G1)

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