Infectologista do Grupo Fleury esclarece dúvidas e faz alertas sobre vacinação contra a COVID-19, gripe e arboviroses 

Segundo números do Grupo Fleury, a positividade para casos de COVID-19 está caindo 2% por dia, o que mostra a eficácia da vacinação, principalmente com a terceira dose. Hoje, são 156 milhões de brasileiros imunizados com duas doses ou dose única, o que equivale a aproximadamente 73% de protegidos. 

O infectologista Celso Granato, diretor Clínico do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia, aponta que nos laboratórios do Grupo já é possível verificar queda da positividade, mas o especialista reitera que ainda é necessário esperar o período de pelo menos 15 dias após o Carnaval para confirmar essa diminuição. “O cenário é muito animador, mas ainda devemos usar as medidas de segurança necessárias, como uso de máscara, lavar as mãos e/ou higienizar com álcool em gel, até termos a esperança de que o pior já passou”, alerta. 

Diante do cenário atual da pandemia e com o avanço da vacinação, Dr. Celso Granato faz abaixo algumas considerações importantes sobre o tema, incluindo a vacinação das crianças, a necessidade da quarta dose da vacina contra a COVID-19, além de abordar os temas de arboviroses e vacina da gripe. 

A terceira dose da vacina contra a COVID-19 pode ser aplicada se a pessoa estiver com o diagnóstico positivo da doença ou sintomas gripais? 

Ainda não há uma resposta científica sobre essa questão. A pessoa com a COVID-19 tem seus anticorpos aumentados e nesse período de incubação do vírus há grande chance desses anticorpos que foram gerados pela doença inativarem a vacina. Após 30 dias da doença, o nível de anticorpos cai pela metade e, por isso, a recomendação tem sido aplicar a vacina pelo menos um mês depois para garantir sua eficácia e proteção. 

Como analisa a aplicação da 4ª dose da vacina contra a COVID-19? 

Não há nenhuma dúvida da importância da 4ª dose para as pessoas com imunodepressão e com comorbidades. Para as demais pessoas, já vem sendo aplicada a 3ª dose e é importante completar esse quadro vacinal. No entanto, isso é muito complexo. Tem sido observado que existem casos de grande queda de anticorpos nas pessoas vacinadas depois de alguns meses. Ainda não existe uma explicação científica para isso, mas é uma constatação. Então, é provável que será necessária a aplicação da quarta dose da vacina, principalmente porque não parece haver efeitos colaterais importantes. 

Aqui no Brasil ainda não há vacinas suficientes para se aplicar a 4ª dose em toda a população. Futuramente, com a produção da vacina pela Fiocruz ou pelo Instituto Butantã, haverá a possibilidade de vacinar as pessoas com mais doses. Os esforços estão centrados para que o Brasil consiga acabar com essa dependência dos insumos da vacina que são trazidos de fora, bem como ter um estudo e uma vacina de acordo com a realidade do nosso país e da nossa população. 

Por enquanto, a COVID-19 não é uma doença sazonal. Em breve, é possível que o cenário passe a ser de uma endemia e a doença se torne sazonal. 

E sobre a vacinação contra a COVID-19 em crianças? 

A vacinação nas crianças vem sendo bem-sucedida. Em São Paulo, duas a cada três crianças estão vacinadas. Algumas já iniciaram a aplicação da segunda dose e a situação é positiva se continuar avançando dessa forma. Mas ainda não é hora de relaxar e, por isso, a recomendação é seguir com os protocolos de segurança. 

A volta às aulas influenciou na evolução da pandemia? 

Não foi detectada nenhuma variação que pudesse influenciar na evolução da pandemia. Principalmente porque a vacinação das crianças nas regiões Sul e Sudeste do Brasil está bastante avançada.  

E as arboviroses, são um problema nessa época do ano? 

Desde 2019 não há dados públicos sobre o cenário das arboviroses no Brasil. Já era difícil prever situações apenas com base em números e agora, com a falta de dados, o recurso usado pela saúde pública é analisar o número de casos no final do ano, em novembro e dezembro, que tende a aumentar e passa a ser um indicativo que no ano seguinte haverá alta incidência de arboviroses, como a dengue, por exemplo, cujo pico é em abril por conta da incidência de chuvas. Mas há alertas para cuidados com chikungunya e zika, em que incidência de casos foram registrados já em 2022.  

E como será a campanha vacinal contra a gripe em 2022? 

A entrada de um novo vírus da gripe em dezembro de 2021, o H3N2, fez com que fosse registrada uma alta incidência de casos. Com isso, há uma população parcialmente imunizada contra essa variante e que pode contribuir para que o número de casos de gripe em 2022 seja menor. Diferentemente do cenário de vacinação do ano passado, em que a baixa adesão pode ter sido causada por conta de estar vigente dois esquemas vacinais ao mesmo tempo, a projeção para este ano é positiva. A população está mais sensibilizada, mas ainda assim haverá o desafio em relação à imunização contra a gripe – que normalmente conta com 80 milhões de doses no Brasil – volume baixo diante do número de habitantes no País. A grande vantagem, diferentemente da vacina contra a COVID-19, é que a vacina da gripe é feita no Brasil. A campanha vacinal de 2022 já contemplará os quatro componentes cuja formulação contém proteínas de diferentes cepas, a chamada vacina quadrivalente: vírus A e B, H1N1 (Victoria), H3N2 (Darwin), (linhagem B/Victoria) e (linhagem B/Yamagata). 

Haverá a vacinação dupla contra a COVID-19 e a gripe? 

O Instituto Butantã já estuda uma vacina dupla e que trará tranquilidade e um cenário positivo para imunizar o maior número de pessoas ano a ano.  

Sobre o Grupo Fleury 

Com 95 anos de história, o Grupo Fleury é uma das mais respeitadas instituições de medicina e saúde do País. Referência por sua excelência técnica, médica e de atendimento, é também destaque nas melhores práticas ESG. Com sede em São Paulo (SP), o Fleury está presente também em outros nove estados e no Distrito Federal, com cerca de 250 Unidades de Atendimento. Além dos serviços de medicina diagnóstica, o Grupo Fleury conta com uma oferta crescente de serviços integrados que buscam responder às necessidades das pessoas para a melhor gestão de sua saúde e, ao mesmo tempo, gerar sustentabilidade para o sistema de saúde com a melhor utilização dos recursos investidos. Essas soluções refletem posicionamento estratégico da empresa de ser um ecossistema de saúde integrada, preventiva e híbrida, combinando ofertas físicas e digitais. Site do Grupo Fleury: www.grupofleury.com.br

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