Hepatites Virais: como diagnosticar, tratar e prevenir

Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho, chama atenção para os riscos da doença e importância do diagnóstico precoce

 por Andréia Vitório

Maior glândula do corpo humano, o fígado, localizado ao lado direito do abdome, é responsável por produzir as principais proteínas do organismo, armazenar e liberar glicose e neutralizar substâncias tóxicas absorvidas pelo intestino, promovendo uma verdadeira desintoxicação no corpo humano. Com tantas funções importantes, é preciso ficar alerta e perceber quando algo vai mal. Entre as diferentes enfermidades que podem atacá-lo estão as hepatites virais, sobretudo as provocadas pelos vírus A, B e C, que são caracterizadas pela inflamação do fígado e podem, em alguns casos, levar ao óbito.

 

“O fígado pode inflamar a partir do abuso de álcool e drogas, uso continuado de medicamentos de diversas categoriais, doenças hereditárias, descontrole no sistema imunológico, que se volta contra as células hepáticas, e, ainda, a partir da ação de diferentes agentes infecciosos, principalmente, de vírus com formas de transmissão distintas”, explica  a gastrohepatologista da Diagnoson a+, Dra. Virgínia Figueiredo.

 

A hepatite A é a forma mais branda da doença. Na maioria das vezes, não causa grandes danos e nem deixa sequelas. No caso das hepatites B e C, há a possibilidade da doença se tornar crônica. Nesse caso, a pessoa pode permanecer com o fígado continuamente inflamado, demandando cuidados especiais para evitar a evolução do quadro para cirrose ou câncer hepático, em longo prazo.

 

Na manifestação aguda da doença é comum o indivíduo apresentar mal-estar, febre baixa, vômitos, náuseas, cansaço físico, dores no corpo e perda de apetite. Com o passar do tempo, há o aparecimento de fezes esbranquiçadas, urina escura e de uma coloração amarelada na pele e nas mucosas (icterícia).  Nem sempre esses sinais surgem ou, então, são tão discretos que a doença passa despercebida.

 

Como pega

O vírus A é contraído pela ingestão de água e alimentos contaminados ou, então, transmitido de uma pessoa infectada para outra, em decorrência da falta de cuidados básicos de higiene, uma vez que o vírus é excretado pelas fezes. Por isso, é mais comum em locais com saneamento básico deficiente.

 

Já os vírus B e C são adquiridos pelo contato com secreções e sangue de indivíduos contaminados, como no caso de compartilhamento de seringas entre usuários de drogas injetáveis, objetos de manicure, ou em transfusão de sangue contaminado. A hepatite B, particularmente, é considerada uma Doença Sexualmente Transmissível.

 

 

 

Prevenção

Há vacinas disponíveis para as hepatites A e B. Mas, também, é importante adotar condutas responsáveis no dia a dia. No caso da hepatite A, hábitos de higiene pessoal e no preparo de alimentos, lavando bem o que será consumido cru, ajudam na prevenção. É fundamental, também, o consumo de água potável.

 

Quem quer passar longe das outras hepatites deve evitar compartilhar objetos de uso pessoal como escova de dente, utensílios de manicure e barbeadores de forma geral; na hora de fazer tatuagens e piercings, escolher lugares que utilizam materiais descartáveis e sejam bem recomendados no quesito higiene e, por fim, utilizar camisinha durante relações sexuais.

 

Como descobrir

O diagnóstico é feito a partir da realização de exames laboratoriais específicos para pesquisar no sangue a presença de antígenos e anticorpos contra os diferentes vírus que causam a inflamação no fígado.

 

Quando há evolução para hepatite crônica, podem ser necessários exames para a quantificação do vírus no sangue e a biópsia de fígado, que determina a fase e a gravidade da doença.

Tratamento

“Somente um especialista pode indicar o tratamento adequado para cada paciente. Mas, em linhas gerais, a hepatite A se resolve espontaneamente em algumas semanas, sem a necessidade de qualquer medicamento e não se torna crônica. Já as hepatites B e C, quando se tornam crônicas, necessitam de tratamentos específicos com drogas anti-virais”, explica a médica.

Muitas pessoas infectadas pelos vírus B e principalmente pelo vírus C não sabem que têm a infecção. Por isso, é importante que conversem com o seu médico e façam o teste.

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