Evaldo Farias: “Valença, dos primórdios à atualidade”

VALENÇA, dos primórdios à atualidade. Emocionante para mim e, creio, para todos os filhos de Valença, é encontrar, nos dias de hoje, referências que nos trazem o conhecimento da verdadeira importância de nossa cidade e de seus filhos ilustres no passado.

Encontrando-me no Hospital Santa Izabel para tratar de minha saúde, não passou despercebido de minha atenção o imponente gradio que circunda as instalações da Secular Santa Casa da Bahia, local onde funciona o mencionado hospital. Grades e portões em perfeito estado de conservação que foram construídos pela Fábrica VALENÇA INDUSTRIAL, datado de 1887, cuja foto anexarei ao final.

Nossa terra sempre se notabilizou no cenário nacional no século XIX, tanto politicamente quanto pela pujança industrial. Mãe de filhos ilustres como: o Conselheiro Zacarias de Goes e Wasconcelos, presidente das províncias do Piauí, Sergipe e Paraná, deputado provincial pela Bahia, Senador do Império, Ministro da Marinha, Justiça, Fazenda e Presidente do Conselho de Ministros, dentre outras funções; General Inocêncio Galvão de Queiroz; Wenceslau Guimarães; Vital Henrique Batista Soares, deputado federal, 71º Governador da Bahia e Vice Presidente da República, sem, contudo, ter tomado posse em função da revolução de 1930, dentre tantos outros não menos ilustres e importantes conterrâneos.

Na indústria, a fábrica de tecidos Todos os Santos fundada em 1844, destacando-se como uma das primeiras indústrias de fiação e tecelagem do Brasil e a primeira movida a turbinas hidráulicas, sucedida pela fábrica Nossa Senhora do Amparo fundada em 1859 e depois Companhia Valença industrial, chegando a receber a visita de D. Pedro II, em 1860, demonstrando sua relevância dentro do império.

No entanto, na era mais recente, nossa terra entrou em um franco e triste processo de descontinuidade intelectual, industrial e comercial, fato que a levou ao empobrecimento. Nossa indústria de beneficiamento do Dendê, produto agrícola abundante não só em Valença, mas em toda região do Baixo Sul, perde seu vigor.

Mesmo nossa vocação natural que se traduz no turismo com a inigualável Praia de Guaibim, Cachoeiras do Candengo, da Água Branca, além de outras atrações, não é aproveitada como fator de desenvolvimento. Muito triste! Falta-nos, talvez, um pouco de amor ao nosso torrão natal e ao nosso povo, um sentimento capaz de nos rebelarmos contra essa situação e nos unirmos objetivando tirá-la dessa incômoda realidade.

Valho-me da composição musical construída pelo cantor Caetano Veloso para entender que “alguma coisa tá fora da ordem, fora da nova ordem mundial”!

Evaldo Farias em momentos de reflexão.

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