Estudo demonstra impacto econômico do investimento público em saúde no Brasil
Estudo demonstra impacto econômico do investimento público em saúde no Brasil
Pesquisadores usam dados da contabilidade nacional para mostrar que incrementos de recursos no SUS impactam positivamente o PIB e a renda das famílias brasileiras
Um estudo desenvolvido pela consultoria HTopics, com o apoio da Roche Farma Brasil, apresenta dados atualizados sobre como os gastos públicos em saúde impactam positivamente a economia brasileira. Utilizando a Matriz alimentada com dados de contabilidade de 2021, o levantamento revela que cada R$1 adicional investido em saúde pública gera um retorno de R$1,61 no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O efeito multiplicador do investimento é uma evidência concreta de como o setor de saúde é estratégico para o crescimento econômico sustentável do Brasil.
Os pesquisadores destacam mais um dado de extrema relevância: o impacto positivo da saúde sobre a renda das famílias brasileiras. Para cada R$1 investido em saúde pública, há um retorno de R$1,23 em renda adicional para as famílias. Esse ganho ocorre por diversos fatores, como a redução de despesas diretas com saúde, o aumento do PIB, e a recuperação da capacidade produtiva de trabalhadores. Além disso, esse benefício tende a ser mais expressivo para famílias em maior vulnerabilidade social, visto que o estudo também mostrou que famílias que ganham até R$ 1.200 utilizam cerca de 82% dos recursos aplicados em saúde no sistema público.
“Encarar a saúde como investimento, e não como despesa, muda completamente a perspectiva sobre o impacto desse setor. Estudos mostram que aplicar recursos de forma estratégica em saúde gera benefícios econômicos significativos e cria novas oportunidades em outros segmentos. Além disso, quando as famílias não precisam comprometer sua renda com cuidados médicos, elas podem direcionar seus recursos para o consumo e o crescimento pessoal, fortalecendo a economia de maneira ampla e sustentável”, explica Everton Macêdo, coordenador técnico convidado do estudo, doutor em ciências da saúde e pesquisador visitante na área de economia da saúde, no Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale e na Université Paris Cité, em Paris (França).
Esses resultados reforçam a relevância de ampliar o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), não apenas como uma medida de proteção social, mas como um motor para o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades sociais no Brasil. O estudo oferece uma base concreta para que gestores públicos e tomadores de decisão enxerguem o gasto em saúde como um investimento estratégico.
A pesquisa ainda enfatiza como o investimento público em saúde beneficia diretamente as famílias de menor renda, contribuindo para a redução das desigualdades sociais. Essa redistribuição de recursos reforça a necessidade de políticas que priorizem a equidade e a universalização do acesso aos serviços de saúde.
Os idealizadores do estudo – Roche e HTopics – sugerem aprofundar a análise dos efeitos multiplicadores em diferentes grupos familiares, considerando variáveis como renda, localização geográfica, raça e composição familiar. Essa abordagem permitirá identificar como os investimentos em saúde podem ser direcionados para maximizar seus benefícios econômicos e sociais em diferentes contextos.
“Na Roche, trabalhamos com a certeza de que a saúde é o cerne de uma sociedade economicamente forte. O apoio a essa iniciativa reflete o nosso compromisso em colaborar com melhorias estruturais para o sistema de saúde brasileiro, promovendo ações que fortaleçam não apenas o acesso ao cuidado, mas também discussões baseadas em dados. Para além de um direito previsto em constituição, oferecer saúde de qualidade contribui diretamente para o bem-estar das pessoas e para um futuro promissor para a nossa nação”, diz Lorice Scalise, presidente da Roche Farma Brasil.
Jéssie Costa