Desmatamento da Mata Atlântica no 1º semestre já é maior do que em 2019

A derrubada da Mata Atlântica nos seis primeiros meses de 2020 já é maior do que em todo o ano passado.

O barulho da destruição antecede o flagrante. O corte ilegal de árvores foi numa área de preservação em Santa Helena, interior do Paraná. A polícia prendeu duas pessoas.

O desmatamento da Mata Atlântica, no primeiro semestre de 2020, já é maior que em 2019. São mais de 12 mil hectares, o equivalente a três Parques da Tijuca, no Rio.

O Paraná é o estado que mais desmatou Mata Atlântica no Sul e o terceiro do país, atrás da Bahia e de Minas Gerais.

A equipe do Jornal Nacional acompanhou a polícia ambiental durante uma fiscalização na região metropolitana de Curitiba. “Vamos deslocar até a saída da fazenda para averiguar a situação”, diz o Sargento em áudio.

A mata deveria chegar até a 30 metros do Rio, numa área de preservação ambiental. Mas, cada vez que a área é limpa para o plantio, as árvores são arrancadas para ter espaço para plantação.

“Com o tempo o pessoal vem arrancado os cantos e vão entrando na área de preservação ambiental, que é o que está acontecendo aqui”, explica Ernesto Steiner dos Santos, sargento da polícia ambiental.

O proprietário da área vai ser multado em R$ 5 mil. Em seis meses, o Paraná aplicou quase R$ 16 milhões em multas por causa do desmatamento.

Para chegar até os locais, a polícia se baseia em imagens de satélite analisadas pelo MapBiomas, uma organização que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia. Até mesmo áreas pequenas de desmatamento são flagradas pelas imagens em alta resolução.

“Agora a gente consegue ver todo tipo de desmatamento e consegue gerar uma prova consistente com a imagem de antes e de depois, que vai ter muito valor em juízo. Nosso objetivo é qualificar para garantir que quem desmate ilegalmente não tenha mais essa sensação de impunidade”, explica Marcos Rosa, do MapBiomas.

No país, só restam 12% da floresta de Mata Atlântica original preservada. Segundo a polícia ambiental, o corte ilegal é, principalmente, para a agricultura e para construções imobiliárias em áreas próximas às cidades. “A floresta está sendo observada. Isso é de grande valia em relação a fiscalização ambiental”, afirma Ernesto Steiner.  *G1

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