Desafios e inclusão de “refugiados” são discutidos em edição especial do projeto Conexões dos Complexos Integrados de Educação da SEC

 

Os Complexos Integrados de Educação (CIEs) –  unidades pertencentes à Secretaria da Educação do Estado (SEC), promoveram, neste sábado (10), uma edição especial do “Projeto Conexões”, transmitida diretamente do Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador. Os educadores e especialistas convidados debateram o tema “Refugiados”. O programa pode ser conferido no canal do YouTube do projeto, no endereço https://bit.ly/3ADN4Gy. A iniciativa, desenvolvida pelos CIEs, visa fortalecer a rede colaborativa de ações, o conhecimento e o protagonismo estudantil. O encontro foi apresentado pelo coordenador de Articulação entre Educação Superior e Educação Básica para os CIEs, Robson Costa.

O ativista político e social guineense e coordenador da iniciativa Ujamaa/Mães Solos, Braima Mane, falou de sua experiência como imigrante do país Guiné-Bissau. “Vivo no Brasil há 12 anos e há oito milito na luta pela integração e inclusão dos refugiados em São Paulo. Queremos ser ouvidos. O mundo não deveria ter fronteiras e elas foram inventadas pelos homens. Isso precisa mudar, pois há vidas em causa e pessoas morrendo nas travessias ilegais por causa disso”, comentou.

A assistente social pós-graduada em Projetos Sociais e Saúde Mental, Florineia Eliete Monteiro, que trabalha com a população imigrante em São Paulo, falou da importância do acolhimento. “O acolhimento é o primeiro estado de conforto e proteção encontrada por pessoas em pedido de refúgio. Entendemos que essas pessoas quando saem de seus países de origem não sabem ao certo o que podem encontrar. O acolhimento é onde encontram estabilidade emocional para dar continuidade na busca dos direitos e da necessidade de se sentirem pertencentes a um novo lugar”, afirmou.

O programa ainda contou com a participação da assistente social e presidente do Instituto Vozes Sem Fronteiras, Rosely Oliveira, que abordou sobre a situação precária dos refugiados nas comunidades periféricas de São Paulo. “Além do racismo, eles enfrentam a xenofobia e o desrespeito ao Estatuto do Refugiado”. Já o haitiano Wilden Rudolf, que vive há seis anos no Brasil, comentou sobre a situação atual no Haiti. “Meu país está passando por um momento muito sombrio e de miséria desde o assassinato do nosso presidente Jovenel Moïse, no dia 7 de julho”.

Sobre os CIEs – Os Complexos Integrados de Educação funcionam em Porto Seguro, Itamaraju e Itabuna, em parceria com a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), e em Ipiaú, Eunápolis e Caetité, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Os CIEs têm buscado planejar, executar e avaliar um conjunto de ações inovadoras em conteúdo, método e gestão, direcionadas à melhoria da oferta e da qualidade do Ensino Médio, na proposta de ensino integral.

Foto: Marvin Kennedy/IAT

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