Covid-19: Janeiro tem maior número de óbitos registrados desde outubro na Bahia

O mês de janeiro registrou 892 mortes por Covid-19 em toda a Bahia, até o dia 29. Esse é o maior número de óbitos registrados em um único mês desde outubro.

Neste mês, o estado teve o segundo e terceiro maiores registros diários de novos infectados desde o início da pandemia, ficando atrás apenas de julho, quando 6.401 casos foram contados em 24 horas. Com relação às mortes, janeiro fica atrás do período entre junho e setembro de 2020. Veja tabela abaixo.

Evolução das mortes por Covid-19 na Bahia

MêsMortes confirmadas
Março/ 20202
Abril/ 2020109
Maio/ 2020552
Junho/ 20201.188
Julho/ 20201.610
Agosto/ 20201.935
Setembro / 20201.343
Outubro/ 2020874
Novembro / 2020650
Dezembro / 2020866
Janeiro/ 2021892

De acordo com o infectologista Antônio Bandeira, o aumento das mortes é reflexo do crescimento no número de casos.

“As mortes vêm acompanhando o número de pessoas que estão se infectando. O que nós começamos a perceber a partir de novembro, principalmente na segunda quinzena de novembro e início de dezembro, é uma aceleração no número de casos novos de Covid, chegando a atingir cinco mil casos novos por dia. Isso acaba levando um número maior de casos, e acaba puxando o número absoluto de óbitos”, explica.

O pesquisador Luiz Eugênio de Souza, que é membro da Rede CoVida, formada por cientistas da Fiocruz Bahia e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), lembra que o aumento foi previsto e alertado ainda no final de 2020.

“Esse aumento foi previsto. A própria Rede Covida e os epidemiologistas de outras instituições já alertavam. ‘Cuidado com as festas de fim de ano, natal, réveillon, comércio’. A gente sabe que há um tempo de mais ou menos duas ou três semanas entre o tempo de infecção e o sintoma, o aparecimento da doença. E é isso que nós começamos a ver nos meados de janeiro”.

O pesquisador informou ainda que o aumento acontece em todo o país e que é preciso seguir as medidas preventivas, enquanto não há uma vacinação completa da população.

“Esse aumento ocorre não só na Bahia, em Salvador, mas em todo o Brasil. É uma situação muito delicada que nós vivemos, sem perspectiva de ter uma ampla vacinação rápida. Provavelmente vamos levar o ano todo, talvez entrando em 2022 para concluir a vacinação. Esse é um ritmo que torna as outras medidas de prevenção ainda mais importantes”, disse Luiz Eugênio.

Apesar do aumento no número de mortes em janeiro, a coordenadora estadual do Centro de Operações de Emergência em Saúde, Izabel Marcílio, pondera que há um platô no número de casos e mortes.

“A gente entrou em uma segunda onda forte, grande. Um aumento importante de casos. A gente precisou novamente abrir os leitos de UTI que já haviam sido fechados, mas a gente alcançou um platô alto. É um número, diariamente a gente confirma, grande de novos casos. Mas, apesar de alto, esse platô é abaixo do que a gente viu em julho. A gente conseguiu estabilizar a taxa de ocupação de UTI em um nível ainda bastante preocupante, que é 71%”.

Para Izabel, as áreas mais preocupantes seguem sendo o interior da Bahia.

“Temos preocupação maior com algumas regiões, como a região sudoeste, ali de Vitória da Conquista, e sul e extremo sul, Ilhéus, Itabuna e pra baixo Porto Seguro, tem níveis mais preocupantes. Mas a gente conseguiu frear essa progressão ilimitada”. *G1

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