Com quatro vendas em 2020, Bahia atinge metade do projetado para o ano com negociações

O Bahia projetou para 2020 conseguir R$ 30 milhões apenas com a venda de jogadores. Com a pandemia, o lado financeiro ficou prejudicado e bem ameaçado. Mas o clube tem conseguido contornar a situação. Até aqui, com quatro negociações realizadas na temporada, o Tricolor alcançou a metade do que o orçamento previa. As transferências de Moisés, Gustavo, Flávio e Caíque renderam cerca de R$ 15 milhões para o clube baiano, que, apesar dos valores recebidos, está no vermelho.

Segundo a Demonstração de Orçamento do primeiro semestre, o Bahia encerrou junho com um saldo negativo superior a R$ 40 milhões. O prejuízo pode ser explicado pela pandemia de coronavírus, que reduziu as receitas de vários clubes do país.

Diretor de futebol tricolor, Diego Cerri explicou ao ge que a pandemia tem empurrado para baixo as projeções de receitas previstas no orçamento. O valor estipulado para a venda de atletas não foge dessa realidade, embora o dirigente não descarte negociar outros jogadores em caso de situações favoráveis.

– Essa projeção foi realizada antes de começar o ano, no orçamento. Tudo o que se refere ao orçamento deste ano está indo para baixo. Se a gente conseguir, sem prejudicar a parte técnica, fazer alguma venda, que tenha reposição, tudo bem. Mas a gente vem conseguindo vender todo ano, coisa que o Bahia não fazia. Conseguimos conciliar isso com resultado. Temos quatro para cinco anos com essa política, conseguindo estruturar o clube, tendo jogadores para vender. Mas, nesse momento de pandemia, temos que dar importância para a parte técnica. Conseguimos um valor de mais ou menos R$ 15 milhões. Vamos priorizar o que precisamos, que é nosso time – afirmou Cerri, em entrevista ao ge.

Bahia foi negociado para o futebol turco por aproximadamente R$ 8 milhões — Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/E.C. Bahia

Bahia foi negociado para o futebol turco por aproximadamente R$ 8 milhões — Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/E.C. Bahia

Moisés foi a primeira negociação do Bahia em 2020. No início do ano, o lateral foi emprestado ao Internacional, que comprou 15% dos direitos econômicos por R$ 2,2 milhões e repassou, também por empréstimo, Zeca ao Tricolor.

Já Gustavo deixou o clube baiano durante a paralisação do calendário provocada pela pandemia. O atacante se destacou no Campeonato Baiano e foi vendido no início de julho para o Incheon United, da primeira divisão da Coreia do Sul. Por 80% dos direitos econômicos do atleta, o Tricolor recebeu R$ 2,2 milhões.

Em agosto, o clube baiano oficializou a venda de Flávio para o Trabzonspor, da Turquia por cerca de R$ 8 milhões. Já Caíque deixou Salvador nos últimos dias. Apesar das poucas chances entre os profissionais, o atacante chamou a atenção do Al-Nasr, dos Emirados Árabes, e teve 50% dos direitos econômicos negociados por R$ 2,6 milhões.

Demonstração financeira do Bahia no primeiro semestre de 2020 — Foto: Reprodução

Demonstração financeira do Bahia no primeiro semestre de 2020 — Foto: Reprodução

As vendas de Gustavo, Flávio e Caíque podem ser avaliadas como exemplos de uma filosofia de sucesso. O Bahia investiu muito pouco para contratá-los. O volante estava livre e chegou ao clube sem custos; Gustavo foi contratado após atuar pelo Jequié no Campeonato Baiano; Caíque, que tinha vínculo com o Jacuipense, foi adquirido por R$ 200 mil.

No caso de Moisés, também houve lucro. No início de 2018, o Bahia adquiriu 30% dos direitos econômicos do jogador por aproximadamente R$ 2 milhões. Dessa forma, o Tricolor repassou metade do que comprou por um valor superior ao investido.

– Criamos essa meta de venda exatamente para forçar uma política de gestão técnica que começamos a fazer, de trazer jogadores mais jovens, que possam ser vendidos, jogadores que pertençam ao clube. Embora a gente sempre tenha muito pouco dinheiro para comprar jogador. Compra de jogador mesmo, esse ano, a gente quase não teve. Tivemos a compra de parte de um jogador por 300 mil euros. Fizemos renovações de jogadores importantes, não deixamos sair jogadores do elenco. E fomos no mercado em busca de jogadores livres, como foram os casos de Rodriguinho e Rossi. Conseguimos aumentar o ativo do clube, com jogadores jovens. O Flávio foi vendido agora. O Moisés foi um percentual que repassamos, mas é uma venda também, entrou dinheiro no clube. O Flávio foi uma venda para esse processo de pandemia, tivemos que fazer. Todos sabem o déficit de todos os clubes nessa pandemia. Está sendo muito difícil – explicou Cerri.

– Tivemos que vender alguns jogadores, não atingimos o valor para o ano inteiro, mas o ano ainda não acabou. O ano, na verdade, acaba em fevereiro, que é quando o Campeonato Brasileiro acaba. Pode ser que alguma coisa aconteça nesse período. Mas temos que ter uma prioridade na parte técnica – complementou o dirigente.

Além de ganhar fôlego com a venda de algumas peças, o Bahia cortou custos com a liberação do atacante Fernandão. Contratado no início de 2019, o jogador tinha vencimentos elevados e abriu mão de receber cerca de R$ 1 milhão na rescisão contratual. *GE

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