Colunista Moacir Saraiva: “Eita pandemia da mulesta”

 

Há dois anos o mundo teve uma reviravolta cujas sequelas demorarão a serem cicatrizadas, ou talvez, nunca, nunquinha, essa palavra é forte, mas desde que o vírus da Covid se tornou sombra das pessoas, no mundo apareceram problemas, depois problemas decorrentes dos primeiros e sempre novos surgem.

Ninguém conhecia a peste e quando ela deu as caras, desespero geral e todos buscando cura ou prevenção que nem cego em tiroteio, enquanto isso, morria gente aos montes, outros com sequelas e o terror tomando conta da população, sabia-se apenas que a peste era causada por um vírus vindo “dos estrangeiro”.

A peste usou aviões, navios, ônibus, motocicletas, lombos de jegue, carroças e outros meios de transportes para chegar rapidamente a todos os povos, sendo necessários apenas poucos meses, após sua aparição na China, para ela se infiltrar em todo o mundo, não ficando circunscrita às principais cidades de cada país, em uma rapidez jamais vista, ela se fez presente em lugarejos longínquos dos grandes centros, em povos interioranos, enfim, gosta de desbravar. Essa maldita peste se personificou no seguinte ditado popular: notícia ruim corre rápido.

Por onde ela transitou e ainda transita só deixa estrago, causando   tsunamis nas pessoas, nas famílias, nos lugarejos, nas cidades, nos estados. nos países, na economia, na política e no que se possa imaginar. Uma peste que não se conhecia, invisível, mas de um poder de destruição que, até hoje, os estudiosos estão atônitos, pois quando se pensa que se conhece o vírus, ele se transforma em outro mais destruidor ainda.

A ciência está dando um basta na peste e de uma maneira rápida também, pois vacinas serem produzidas, em um tempo curto, como essas contra o corona vírus é extraordinário, assim sendo, o ser humano está sendo imunizado e os efeitos devastadores de outrora sobre seu corpo estão se encolhendo, no entanto outros efeitos estão chegando e avassaladores.

Está afetando o bolso de todo mundo do mundo todo, uma carestia que deixa muitos sem o alimento do dia a dia e outros tantos vivendo sufocado financeiramente e essas dificuldades estão rastreando as pegadas da peste miserenta. De todos os quadrantes da terra se ouve esse lamento.

Esse é o assunto reinante nas conversas, uma vez que a população mundial está sendo afetada. Eu, viajando pela cidade do Exu, no Ceará, na beira da estrada, parei em um posto de gasolina, e no restaurante em anexo, fui comer algo, beber um cafezinho e relaxar. Sentei e, na mesa ao lado, vi dois sertanejos conversando, bebendo café com leite e comendo cuscuz com ovo, eles falavam da pandemia e das consequências dela na região onde moravam e um deles era só ouvidos, comendo, bebericando o café e muito atento à fala do interlocutor, quando este encheu a boca de cuscuz, o até então calado resolveu se manifestar e falou mais alto, dizendo:

– Eita pandemia da mulesta.

 

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