Colunista Joice Vancoppenolle: “Sob o sol da Toscana”

Os vinhos italianos são deliciosos e muito reputados no mundo inteiro. São várias as regiões na Itália a produzir vinho como a Piemonte, Lombardia, Vêneto, Liguria, mas nesse texto escolhi os vinhos que vêm da região da Toscana, Itália central.

O volume de vinho produzido e o volume exportado colocam a Itália na primeira posição, mas a França realiza a mais importante soma de negócios, os resultados variam, entretanto, segundo os anos, os mercados e as colheitas. Do ponto de vista da superfície, a Espanha revela-se o mais vasto vinhedo do planeta. Os vinhos supertoscanos são um interessante fenômeno recente.

Nos anos de 1970, alguns produtores de vinho da Toscana, de mentalidade moderna, iniciaram a produção de vinhos utilizando variedades de uvas e métodos que não preenchiam os requisitos DOCG ou DOC (Denominação de origem Controlada e Garantida e Denominação de Origem Controlada), respectivamente.

Apesar dessa classificação tradicionalmente baixa, esses vinhos tomaram o mundo como uma tempestade, espalhando um entusiasmo que existe até hoje e alcançando altos preços. Os vinhos da Toscana são geralmente uma mistura de uvas de variedades francesas e italianas, principalmente Cabernet Sauvignon e Sangiovese.

Eles são também frequentemente maturados em pequenas barricas de carvalho para criar maior complexidade. Embora você nunca veja a palavra “supertoscano” em um rótulo, vinhos conhecidos como pertencente a esse gênero, incluem o Sassicaia, o Tignanello, o Siepi, o Vigna d’Alceo e o Masseto.

Surpreendi-me na primeira vez em que degustei um Tignanello no restaurante La Bucaccia, em Florença. Esse vinho é rico e macio elixir que enche a boca de cerejas pretas, chocolate e terra molhada. É delicioso com um prato de pasta cabelo-de-anjo, parmesão e trufas frescas raladas. Uma delícia!

Chianti é uma região na Toscana que produz um vinho do mesmo nome. O Chianti não é exatamente um vinho de guarda mas pode manter suas características por longos anos desde que bem armazenado.

Há uma história muito interessante sobre esse vinho. Reza a lenda que em meados do século XVII, as disputas políticas envolvendo as cidades de Siena e Firenze(Florença) quanto à extensão territorial de cada uma alcançaram também a denominação dos vinhos Chianti.

A fim de resolver essa questão, foi proposta a realização de uma prova para a delimitação das fronteiras. A prova foi uma corrida, envolvendo um cavaleiro de cada cidade que deveria sair em direção a outra assim que o galo cantasse ao amanhecer. A fronteira seria o ponto onde eles se encontrassem. Acertado isso, o povo de Siena elegeu um galo bonito, jovem, bem nutrido para cantar na alvorada enquanto que o povo de Florença escolheu um galo negro, magro e mal alimentado.

É claro que o galo de Florença acordou mais cedo, pois tinha fome, e cantou antes do galo de Siena fazendo com o que o cavaleiro de Florença tivesse boa vantagem. Essa vantagem fez com que os cavaleiros se encontrassem já bem perto de Siena e, como consequência, a cidade de Florença conquistou um território maior que a vizinha.

Dizem que essa disputa também levou para Florença a exclusividade do nome Chianti que é representada nas garrafas por um galo negro. Enfim, tudo isso não passa de uma história. No entanto, os vinhos toscanos são magníficos.

“O vinho é o medicamento que rejuvenesce os velhos, cura os enfermos e enriquece os pobres.”

Platão

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