Botulismo na Bahia: alimentos clandestinos aumentam risco de casos da doença

Botulismo na Bahia: alimentos clandestinos aumentam risco de casos da doença

Os cuidados com a alimentação estão no centro das atenções para o controle de um possível surto de botulismo na Bahia. Entre as medidas recomendadas estão não consumir alimentos clandestinos e nem comprar produtos alimentícios que estejam em latas amassadas ou estufadas. Além disso, o consumidor precisa verificar se os produtos de origem animal têm o selo de inspeção que atesta a qualidade dos alimentos.

“Essas situações podem indicar que o alimento está contaminado. Evitar o consumo minimiza o risco de intoxicação alimentar. Observar se o produto é inspecionado é indispensável”, orienta a médica-veterinária Isabelle Campello, presidente da Comissão Nacional de Inspeção, Higiene e Tecnologia de Produtos de Origem Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).

Nas últimas semanas, o estado registrou seis casos da doença, sendo que dois pacientes morreram. O botulismo é uma doença grave causada pela toxina botulínica, que afeta o sistema nervoso e pode ser fatal tanto para animais quanto para seres humanos. Médicos-veterinários atuam na prevenção e no diagnóstico e manejo de surtos monitorando os rebanhos e colaborando com autoridades sanitárias para minimizar os impactos da doença. “Este trabalho vai além do cuidado com os animais. Trabalhamos em conjunto com órgãos de vigilância para proteger também a saúde pública”, ressalta Campello.

A médica-veterinária destaca que ações do cotidiano contribuem para a prevenção. “É importante garantir a fervura correta de alimentos enlatados. O aquecimento adequado elimina a presença de toxinas botulínicas, que podem se desenvolver em condições de baixo oxigênio, como nas conservas. Além disso, é fundamental observar se esses produtos têm os selos de inspeção, que garantem a segurança e a qualidade do alimento”, detalha.

Campello indica que a adoção de boas práticas de higiene é outra medida importante. “Manter o ambiente de preparo limpo, com utensílios devidamente higienizados, reduz o risco de contaminação. Isso inclui a manipulação adequada de alimentos e a correta lavagem das mãos”, reforça. Isabelle Campello recomenda ainda que em casos de suspeita de botulismo alimentar, é necessário recolher imediatamente os alimentos que possam estar contaminados. “Isso previne que outras pessoas sejam expostas ao risco. Produtos inspecionados oferecem uma camada extra de segurança, pois seguem rigorosos padrões de controle de qualidade”, completa a presidente da Comissão Nacional de Inspeção, Higiene e Tecnologia de Produtos de Origem Animal do CFMV.

“A atuação integrada entre os produtores, médicos-veterinários e autoridades sanitárias é fundamental para conter a disseminação da doença. A rápida identificação dos casos e a implementação de medidas corretivas podem salvar vidas, tanto de animais quanto de pessoas”, conclui Campello.

Medidas de controle

  1. Fervura correta de alimentos enlatados;
  2. Boas práticas de higiene;
  3. Recolhimento de alimentos suspeitos em caso de botulismo alimentar;
  4. Educação sanitária sobre higiene na preparação e consumo de alimentos;
  5. Não consumir alimentos clandestinos. Ou seja, não inspecionados;
  6. Não consumir alimentos em latas amassadas ou estufadas. LEO BARSAN

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