16 de setembro – Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose

 

Diante da proximidade do dia 16 de setembro, em que é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, se reforça a importância de alertar sobre os cuidados preventivos com a saúde vascular. Os especialistas no tema acreditam que a data é uma oportunidade de discutir sobre a trombose, que se mostrou como uma sequela pela infecção à Covid-19.

De acordo com o cirurgião vascular, angiologista e presidente da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Dr. César Amorim, trombose é a formação de coágulos no interior dos vasos sanguíneos, onde o sangue deve estar presente na forma líquida. Segundo ele, é importante saber diferenciar as duas formas da doença.

“Uma é a trombose venosa, que acontece nas veias, que são vasos sanguíneos que promovem o retorno do sangue dos órgãos para o coração e pulmão. Já a trombose arterial acomete as artérias, que são os vasos sanguíneos que promovem a nutrição sanguínea dos órgãos, após o sangue já ter passado pelo coração e pulmão”, explica.

De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), em 2020, 39% dos angiologistas e cirurgiões vasculares atenderam ao menos um paciente com trombose venosa ou embolia, com teste positivo para a Covid-19.

Diante desse cenário, Dr. César ressalta que é importante estar atento aos possíveis sinais de quando o vírus afeta a saúde vascular, que tem como sintomas mais comuns o inchaço e rigidez na musculatura das pernas, além das dores e sensação de formigamento nos membros inferiores. Além disso algumas extremidades podem apresentar marcas roxas.

“Em alguns casos, as alterações nas estruturas vasculares apareceram com o tempo. Por isso é de extrema importância estar atento à circulação sanguínea mesmo depois da Covid-19”, afirma o especialista.

Dr. César destaca que, ao serem percebidos os sintomas, é necessário que um especialista seja procurado imediatamente.

“Quanto mais cedo o problema for identificado e o tratamento for iniciado, melhor para o paciente. Geralmente, o tratamento é realizado com o uso de anticoagulantes, que contribuem com melhores chances de recuperação”, concluiu o especialista.

O presidente da ABM ressaltou ainda que a adoção de medidas como exercitar-se ou fazer pequenas caminhadas regularmente, controlar o peso, evitar o cigarro, podem prevenir a trombose.

“É possível também, movimentar as pernas durante longos períodos sentado, além de usar meias elásticas no caso de insuficiência venosa. Por sua vez, fazer 30 minutos de exercício físico por dia, descansar 10 minutos com as pernas elevadas acima do coração, são atividades que contribuem na prevenção”, destaca.

Por sua vez, a presidente da SBACV Regional Bahia, Dra. Ana Célia Ferreira, alertou sobre a forma que a doença se apresenta. Segundo ela, a doença causa uma endotelite, que é um processo inflamatório do endotélio, essa lesão desencadeia a trombogênese que é a formação do trombo (coágulo) no vaso.

“O que sabemos é que durante um período de até 6 a 8 semanas, pós alta hospitalar, esse paciente que teve internado, principalmente em unidade fechada, ou seja, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tem chances maiores de desenvolver uma trombose venosa profunda em membros inferiores”, disse.

De acordo com ela, há aumento considerável no número de pacientes com trombose venosa profunda pós-Covid. Conforme a especialista, esses pacientes estão sendo atendidos nos laboratórios com queixa de dor, edema em membros inferiores, por um período de até 15 ou 30 dias. Nesses casos, Dra. Ana Célia sinaliza que é recomendável procurar um cirurgião vascular /angiologista, para que seja constatada a trombose.

“Diante de alguma suspeita clínica de dor, edema, vermelhidão em membros inferiores com histórico recente que teve Covid-19, deve procurar o especialista, ou se for o caso, ir a uma emergência, para realizar o exame de Eco-Doppler ou o exame laboratorial para atestar o diagnóstico de trombose venosa profunda, visto que a complicação mais temida desse quadro, é a embolia pulmonar, que pode ser uma causa de óbito”, alertou a especialista.

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